CALOR

Nova onda de calor: médico explica como se cuidar durante altas temperaturas

O cardiologista Alisson Siqueira explica os riscos que as altas temperaturas podem causar no corpo humano

O corpo humano mantém uma temperatura interna em torno de 36 graus. -  (crédito: FreePik)
O corpo humano mantém uma temperatura interna em torno de 36 graus. - (crédito: FreePik)
postado em 14/12/2023 17:33 / atualizado em 14/12/2023 17:33

A uma semana do início do verão, uma nova onda de calor atinge o país e deve alterar a vida das pessoas. A massa de ar quente está chegando ao centro-sul do país e as temperaturas máximas no fim de semana podem passar dos 40°C, de acordo com o Inmet.

O corpo humano mantém uma temperatura interna em torno de 36 graus, e quando é exposto a um estresse térmico — como as altas temperaturas previstas para os próximos dias — o organismo reage e inicia uma série de adaptações fisiológicas para tentar regular a temperatura interna e resfriar. A primeira reação é eliminar o calor por meio do suor.

No entanto, o calor pode causar complicações ao corpo, como a desidratação, a insolação e a internação. O cardiologista Alisson Siqueira explica que a desidratação ocorre quando existe uma perda excessiva de água e eletrólitos no nosso organismo, através do suor, da respiração ofegante e da diurese. “Seu sintoma principal é a sede, mas também pode-se notar a urina mais escura e em menor volume, pele e mucosas ressecadas, cãibras e fadiga.”

Já a a insolação ocorre quando o organismo humano perde a capacidade de autorregulação. "O corpo apresenta temperaturas iguais ou maiores de 40 graus. Seus sintomas são os mesmos da desidratação, acrescidos de pulso e respiração acelerados, cefaleia, tontura, confusão mental e desmaios, podendo chegar a ser fatal”, detalha o profissional.

A internação é a evolução dos dois primeiros quadros, e ocorre quando o organismo além perde a capacidade de regular sua temperatura. “Os sintomas começam a evoluir com falência de órgãos, rompimento de fibras musculares, queda da função e falência renal, micro hemorragias principalmente em pulmões, fígado e rins, convulsões e capacidade de evoluir com óbito”, acrescenta Siqueira.

O cardiologista detalha três cuidados para tomar em períodos de calor extremo: 

  • Evitar se expor diretamente ao sol entre as 10 horas da manhã e 16 horas da tarde;
  • Uso de roupas leves, arejadas e auxílio de chapéus, bonés ou guarda-sol;
  • Terceiro, manutenção adequada da hidratação — para adultos saudáveis recomendamos a ingestão de 2 litros de líquidos por dia, entre água, sucos naturais e bebidas isotônicas.

O médico ressalta que pessoas com condições cardíacas pré-existentes estão em maior risco de complicações relacionadas ao calor intenso. “Muitas patologias cardiovasculares exigem o uso de medicamentos vasodilatadores. Em temperaturas elevadas o nosso sistema circulatório dilata na tentativa de diminuir o atrito do sangue nos vasos e também de facilitar a dissipação do calor; é neste momento que o calor excessivo, associado a medicamentos vasodilatadores, podem precipitar a queda da pressão arterial destes pacientes, levando a tonturas, cansaço e diminuição da irrigação das artérias coronárias e cerebrais podendo precipitar um infarto ou AVC por baixa irrigação do músculo cardíaco ou cérebro secundário a esta baixa irrigação”, conclui Siqueira.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->