O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) reuniu 177 assinaturas favoráveis — seis a mais do que o necessário — à instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o crime organizado. O parlamentar conseguiu apoio junto aos setores de direita da Câmara e nenhum deputado de partidos de esquerda assinou o documento.
Gaspar citou como justificativa para a instalação da CPI a existência de "um intrincado esquema de conexões com outros grupos criminosos e uma rede subterrânea de ligações com os quadros oficiais da vida social, econômica e política da comunidade". "Das organizações criminosas, originam-se atos de extrema violência, que expõem um poder de corrupção de difícil visibilidade pelo uso de disfarces e simulações", afirmou.
O pedido de instalação do colegiado faz menções ao plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e assassinar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). No última dia 7, a Polícia Federal (PF) identificou outro plano do PCC cujos alvos eram os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A facção mobilizou uma célula com três de seus integrantes e bancou seus custos — cerca de R$ 44 mil —, como estadia, celulares, aluguéis, seguro, IPTU, mobília, transporte e até compra de eletrodomésticos.
Na semana passada, a PF também esteve à frente de uma investigação na qual foi desbaratada uma quadrilha que fornecia armas para o PCC e o Comando Vermelho. O grupo era comandado pelo argentino Diego Hernan Dirísio, que mantinha uma empresa de importação sediada no Paraguai.
Apesar do apoio reunido, Gaspar ainda depende do aval de Lira para a CPI sair do papel. Existem ao menos outras quatro propostas na frente para serem analisadas pelo presidente da Câmara. Entre elas, a CPI do Abuso de Autoridade, que conta com o apoio em massa da direita para investigar supostos abusos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros membros do Poder Judiciário.
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