Operação Dakovo

Dino sobre operação contra tráfico de armas: "Não teve sequer um tiro"

Ministro da Justiça e Segurança Pública se referiu à ação desencadeada pela Polícia Federal em parceria com autoridades paraguaias. A ação apreendeu mais de 40 mil armas

O ministro da Justiça, Flavio Dino, comenta operação Dakovo, ao lado de autoridades paraguaias e de agentes da Polícia Federal
 -  (crédito: Francisco Artur/CB/D.A Press)
O ministro da Justiça, Flavio Dino, comenta operação Dakovo, ao lado de autoridades paraguaias e de agentes da Polícia Federal - (crédito: Francisco Artur/CB/D.A Press)
postado em 05/12/2023 15:12 / atualizado em 05/12/2023 15:24

O ministro da Justiça e Segurança Publica, Flávio Dino, ressaltou o trabalho de inteligência da Polícia Federal e de autoridade paraguaias na Operação Dakovo, que desvendou o tráfico de armas da Europa por empresas paraguaias e vendidas às duas maiores facções criminosas do Brasil.

"Nessa operação não houve sequer um tiro, nem bala perdida e nem inocentes mortos. Ela foi baseada na inteligência", disse o ministro, em coletiva à imprensa, nesta terça-feira (5/12). Ele se referiu à megaoperação da Polícia Federal em parceria com autoridades paraguaias que, na manhã desta terça, apreendeu 43 mil armas que, em parte, eram vendidas para facções criminosas no Brasil desde 2019 com seus registros e número de série riscados.

A ação, além das armas de fogo, prendeu cinco pessoas no Brasil e 11, no Paraguai. Entre os detentos em solo paraguaio, Arturo Javier Gonzales, ex-comandante da Força Aérea do país latino. Também há 25 mandados de prisões preventivas e seis de temporárias e 54 mandados de busca e apreensão tanto no Brasil quanto no Paraguai e nos Estados Unidos.

De acordo com a PF, o argentino Diego Hernan Dirísio é o principal alvo da Operação Dakovo. Ele é o responsável por comprar a maior parte das arma e adulterá-las no Paraguai, é considerado foragido internacional pela Interpol.

Esse movimento de tráfico de armas de fogo foi lucrativo a criminosos paraguaios. Em três anos, segundo a PF, a movimentação foi de cerca de R$ 1,2 bilhão. As armas importadas vinham de diversos fabricantes sediados em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

Logística do crime organizado

Na coletiva à imprensa, que também contou com a presença de Jalil Rachid, ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, e delegados da Polícia Federal envolvidos na operação, Flavio Dino argumentou que a ação desestruturou as duas principais facções do país.

"A ação com o Paraguai fará com que as duas maiores facções brasileiras que eram as destinatárias principais desses armamentos ilegais tenham o fechamento dessa via logística para realização das suas operações”, disse Dino. 

Ele ainda enfatizou o objetivo de o Estado brasileiro focar atingir as fontes de financiamento e a logística das facções. "O crime organizado só é superado, quando você substitui o modelo ineficiente de tiros a esmo, tiros aleatórios, e vai na raiz do problema que é o financiamento desses grupos”, pontuou Dino.

GLO e investigação nas fronteiras

Ao comentar o combate ao crime organizado, o ministro da Justiça falou sobre a fiscalização de portos e aeroportos brasileiros feita por militares, por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinada no início de novembro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Nosso objetivo de governo é desmantelar as organização criminosas atacando sua renda", disse, ao citar a GLO.

Como funciona a GLO 

Agentes das Forças Armadas vão contribuir na fiscalização da circulação de armas, drogas e criminosos pelos terminais marítimos e por aeroportos. Nos portos, a Marinha fará inspeções nos terminais de Santos, em São Paulo; de Itaguaí, no Rio; e da cidade do Rio de Janeiro. Esses locais, segundo a força marítima militar, são conhecidos por atrair a circulação de mercadorias das organizações criminosas especializadas nos tráficos de drogas e de armas.

A intensificação da fiscalização nos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro e o terminal de Guarulhos, em São Paulo, ficará a cargo da Aeronáutica a partir desta segunda. Ao todos, nesses dois locais, serão escalados 600 militares à inspeção.

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