Os caminhos da vereadora Marielle Franco, do PSol, e do jornalista britânico Dom Phillips se cruzaram antes dos eventos trágicos que levaram as vidas dos dois. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados numa emboscada em 14 de março de 2018. Dom foi igualmente morto de forma brutal em junho de 2022, na Amazônia, ao lado do indigenista Bruno Pereira.
Marielle e Dom estabeleceram contato em fevereiro de 2017. Ele, repórter do New York Times e ela, vereadora, em início de seu curto mandato, que duraria pouco mais de um ano, interrompido da forma como foi. Os dois se falaram por telefone e o assunto foi outra marca da violência, o assassinato, naquele ano, da estudante Maria Eduarda, 13 anos, que levou um tiro de um policial na sua escola, em Fazenda Botafogo, Zona Norte do Rio.
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Essa conexão entre Marielle e Dom está revelada no livro Marielle Franco, nesse lugar da política — um mandato interrompido, recém-lançado e que tem como autoras a jornalista Fernanda Chaves e a socióloga Priscilla Brito. Foi durante a pesquisa para o livro, conta Fernanda, que sobreviveu ao atentado (ela estava do lado de Marielle no carro), buscando registros e imagens para a publicação, que se deparou com a seguinte mensagem de Dom para Marielle nas redes sociais da vereadora:
"Cara. Sra. Marielle. Sou um repórter do New York Times e estou fazendo uma matéria sobre a tragédia da Maria Eduarda, morta na Fazenda Botafogo na semana passada. Seria possível conversar com a sra., talvez hoje a noite, por telefone sobre o caso? Muito obrigado. Att, Dom Phillips."
No relato, na página 53 do livro, Fernanda revela que Marielle conversou o jornalista no dia seguinte, sugerindo fontes (pessoas com as quais ele poderia conversar) e contatos. E a jornalista descreve:
"Em junho de 2022, o jornalista britânico seria assassinado, ao lado de Bruno Pereira, indigenista servidor de carreira da Funai, em Atalaia do Norte (AM). A dupla viajava pelo Vale do Javari, segunda maior terra indígena do Brasil, no extremo-oeste do Amazonas, e denunciava o garimpo ilegal em terras indígenas. As histórias de Marielle, Bruno e Dom, se cruzam pela defesa dos direitos humanos, pela coragem e ousadia e, também, pela brutal interrupção."
O livro tem 120 páginas, com muitas revelações e imagens coloridas e de vários momentos da vida de Marielle. É uma publicação da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, vinculada ao PSol.
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