Mesmo após o registro de chuvas em algumas cidades, o pico da onda de calor que atinge várias partes do Brasil será sentido nesta quinta-feira (16/11) e na sexta-feira (17/11). As altas temperaturas devem durar até sábado (18/11), quando deverá acabar o bloqueio atmosférico que impede a passagem de ventos do sistema frontal chegar no centro sudeste brasileiro.
O alerta vermelho emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), causado pela onda de calor em vigor no país, se estende até sexta-feira (17/11). Até lá, 14 estados e o Distrito Federal sofrerão com as altas temperaturas. Ao todo, 2.707 municípios são impactados pela onda de calor.
- Inmet emite alerta de baixa umidade durante onda de calor no Brasil
- Onda de calor: veja no mapa as regiões afetadas até sexta-feira (17/11)
- Inpe: ondas de calor aumentaram quase oito vezes em 30 anos no Brasil
Entretanto, a previsão para o fim dessa semana e para a próxima é de chuva isolado em algumas partes do país. No Distrito Federal, por exemplo, nesta quinta-feira (16/11), há chances de pancadas de chuva no período da tarde. A temperatura máxima deve alcançar 38ºC. A partir de segunda-feira (20/11), há possibilidade de amenizada do calor e os termômetros podem registrar máxima de 28ºC.
"As chances de chuvas aumentam de forma gradativa, porque de hoje para amanhã organiza-se um sistema frontal que não vai fazer uma incursão pelo país, mas vai influenciar. Mesmo no oceano, esse sistema vai proporcionar instabilidades, gerando muitas chuvas para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A volta da umidade um pouco melhor facilita com que haja chuvas em forma de tempestades. Chove bem no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal", explica a meteorologista Andrea Ramos.
O que tem causado a onda de calor?
Para serem consideradas ondas de calor, as temperaturas devem estar, por um período maior que cinco dias, 5ºC acima da média esperada para o mês. Segundo o Inmet, neste ano o Brasil teve oito ondas de calor.
Alguns dos fatores que influenciam o aumento das temperaturas é o fenômeno climático El Niño e a emissão de gases de efeito estufa. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou, no dia 8 de novembro, que o El Niño deve durar até, pelo menos, abril de 2024. O próximo ano pode ser ainda mais quente do 2023 e algumas regiões serão impactadas por eventos extremos, como ondas de calor, chuvas fortes e incêndios florestais.
Previsão do tempo
Segundo o Inmet, Cuiabá é a capital com a temperatura máxima mais alta. Nesta quinta-feira (16/11), a máxima pode alcançar 41ºC. O calor segue até segunda-feira (20/11), quando será registrada máxima de 35ºC.
O Rio de Janeiro também sofre com temperaturas acima de 40ºC. No entanto, na próxima segunda-feira (20/11) haverá uma queda brusca nos termômetros devido a intensificação das chuvas. O estado pode marcar máxima de 28ºC.
Em São Paulo, a temperatura máxima cairá a partir de domingo (19/11), com termômetros marcando de 24ºC a 26ºC. As capitais do Nordeste seguem com temperaturas acima dos 30ºC até pelo menos segunda-feira.
Já a região sul segue em alerta de temporais. Os maiores acumulados de chuva devem ocorrer entre o norte do Rio Grande do Sul e o sul do Paraná, com valores diários acima de 100 milímetros em algumas localidades. A região tem sido dominada por um ar quente, úmido e bastante instável.
Como se proteger da onda de calor?
O Ministério da Saúde disponibilizou uma página especial com recomendações de cuidados para lidar com a onda de calor. Segundo a pasta, o aumento das temperaturas impacta principalmente as pessoas mais vulneráveis: idosos, crianças, pessoas com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação, diabéticos, gestantes e população em situação de rua.
A pasta destaca que a ingestão de água é fundamental porque o corpo precisa de líquido para manter a temperatura ideal de funcionamento. O uso do filtro solar também é essencial. O produto deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol para que seja absorvido, e deve ser reaplicado a cada duas horas em que permanecer ao sol.
Veja outras dicas:
- Evite a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
- Se expor ao sol sem a proteção adequada contra os raios ultravioleta deixa a pele vermelha,
- sensível e até com bolhas. Use protetor solar;
- Use chapéus e óculos escuros (especialmente pessoas de pele clara);
- Proteja as crianças com chapéu de abas;
- Use roupas leves e que não retêm muito calor;
- Diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais com sombra, frescos e arejados;
- Em veículos sem ar-condicionado, deixe as janelas abertas;
- Não deixe crianças ou animais em veículos estacionados;
- Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
- Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
- Faça refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes.
- Recém-nascidos, crianças, idosos e pessoas doentes podem não sentir sede. Ofereça-lhes água;
- Mantenha medicamentos abaixo de 25º C na geladeira (ler as instruções de armazenamento na embalagem);
- Procure aconselhamento médico se sofrer de uma doença crônica condição médica ou tomar vários medicamentos;
- Busque ajuda se sentir tonturas, fraqueza, ansiedade ou tiver sede intensa e dor de cabeça;
- Se sentir algum mal-estar, busque um lugar fresco o mais rápido possível e meça a temperatura do seu corpo e beba um pouco de água ou suco de frutas para reidratar;
- No período de maior calor, tome banho com água ligeiramente morna. Evite mudanças bruscas de temperatura.
Saiba Mais
-
Brasil Negros são 87% dos mortos pela polícia de oito estados em 2022
-
Brasil 'Crueldade impensável com meninas tão novas': casos de vítimas de nudes feitos com inteligência artificial se multiplicam e preocupam autoridades
-
Brasil Casal que esqueceu criança dentro de van em SP é solto
-
Brasil Mãe de menino morto após ser esquecido em van escolar em SP: 'Pensei que ele estava seguro'
-
Brasil AOCP recebe selo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
-
Brasil Sombra disputada e água dos bares: a rotina dos trabalhadores nas ruas sob calor extremo em São Paulo