A diretora executiva da Takeda, Vivian Lee, afirma que a vacina contra a dengue, desenvolvida pela farmacêutica, aguarda resposta da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) sobre a incorporação do imunizante ao sistema público até janeiro de 2024 - com prazo prorrogável até abril. Desde julho deste ano, o imunizante pode ser adquirido na rede privada. Nesta terça-feira (14/11), a representante da empresa participou do evento de lançamento de pesquisa sobre a percepção da dengue no Brasil, feita pelo Instituto Ipsos, a pedido da companhia japonesa.
“Dia 5 de outubro a Conitec discutiu a nossa vacina contra a dengue. Ontem, 13 de novembro, recebemos um ofício da Conitec com 10 perguntas adicionais sobre o imunizante, nós temos 5 dias úteis para responder. Com certeza a Takeda está muito disposta a contribuir com a vacinação através do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa era antes uma necessidade médica não atendida em termos de prevenção a esta doença com dados tão alarmantes no país”, explica Lee.
Ela também reforça que a farmacêutica possui toda capacidade técnica de atender ao número de vacinas exigido para os grupos prioritários que sugere no pedido ao órgão federal.
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A Qdenga foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano, após apresentar eficácia de 80,2% para evitar contaminações, e de 90,4% para prevenir casos graves de dengue. A indicação é para pessoas de 4 a 60 anos, independentemente da exposição prévia ao vírus.
Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado recomendando a vacina contra a dengue da farmacêutica japonesa — que já está aprovada em 34 países.
Topo do ranking
De acordo com dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), neste ano, já foram registradas nas Américas mais de 3 milhões de novas infecções. O Brasil lidera o ranking com 2,3 milhões de ocorrências da doença e 769 mortes.
O médico infectologia Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), afirma que os ciclos de aumento de dengue tendem a durar três anos consecutivos e, depois, seguir um período de baixa. Porém, em um país continental como o nosso, cada região acaba por ter um comportamento diferente. Ainda segundo ele, as regiões Sul e Sudeste são aquelas com maior número de casos neste ano.
“Quando os surtos acontecem em uma região muito populosa, como o Sudeste, a tendência é que o número de casos exploda”, acrescenta o especialista, que também estava no evento.
Pesquisa
O relatório Dengue: o impacto da doença no Brasil, feito pelo Instituto Ipsos, mostrou que 99% da população brasileira sabe o que é a dengue. Foram realizadas 2 mil entrevistas, representativas da população acima de 18 anos, de todas as classes sociais e regiões do país.
Cerca de 31% dos respondentes já tiveram dengue, enquanto 69% conhecem alguém que já teve. Sobre a forma de transmissão, 73% sabem que a forma de contágio é o mosquito Aedes Aegypti e 93% da população concorda que a dengue pode levar à morte.