Circula, nas redes sociais, imagens que mostram o momento em que um jovem negro é ameaçado por um homem armado, em frente à estação Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, no último domingo (12/11). Bem perto da confusão, porém, estava uma policial militar, uniformizada e armada, que teria negado agir para garantir a segurança no local, alegando que não estava em seu horário de trabalho. O vídeo ainda mostra que, no meio da confusão, pelo menos duas crianças estavam presentes.
Antes de ser ameaçado com a arma, o jovem foi xingado por outro homem, quando a pessoa armada entra em cena e parte para cima dele, ameaçando-o. Nessa hora, uma mulher, que também estava por ali, diz: "Se matar eu vou gravar, porque ele não está armado”. E o homem armado retruca: “Você defende ladrão?"
Uma outra mulher, que acompanhava o homem armado, colocou-se na frente do jovem negro e pediu que a arma fosse guardada.
No local, também estava presente um repórter fotográfico, que filmou o momento e afirmou que o jovem estava sendo ameaçado, mas a agente permaneceu parada, de braços cruzados, alegou que estava de folga e pediu para ligar no 190. O jovem também teria se aproximado da policial para pedir ajuda, mas foi afastado com um chute dela na barriga. Ele só conseguiu fugir com a ajuda dos civis que estavam no local. O caso foi revelado pelo site Ponte Jornalismo.
O repórter ainda questionou a postura da policial, que respondeu: "Se o senhor continuar falando comigo assim, vou te prender". Ela voltou a afirmar que não poderia agir naquele momento porque não estava em horário de trabalho e que o procedimento padrão seria acionar uma viatura.
O que diz o regulamento da PM
No entanto, o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar diz que os policiais devem "atuar onde estiver, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento, força de serviço suficiente".
Ao Correio, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Polícia Militar apura o caso e trabalha para identificar a pessoa que aparece nas imagens. "Se confirmado, o caso será tratado como transgressão disciplinar grave, já que o comportamento omisso registrado em vídeo não condiz com as expectativas da sociedade e muito menos com as responsabilidades do profissional de segurança pública, que deve agir prontamente sempre que presenciar um crime, estando ou não em serviço", diz a nota.
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