RECONHECIMENTO

Pesquisadora do feminismo negro e dos quilombos vira heroína da pátria

Maria Beatriz Nascimento dedicou a vida a estudos relacionados a população negra e a formação dos quilombos no Brasil

A sergipana Maria Beatriz Nascimento teve o nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o projeto de lei foi sancionado na terça-feira (31/10), com relatoria das deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Laura Carneiro (PSD-RJ).

A historiadora e pesquisadora dedicou-se ao estudo das formações dos quilombos no Brasil durante duas décadas, além de uma extensa pesquisa sobre o feminismo negro. Maria Beatriz também fundou, com outras professoras, o Grupo de Trabalho André Rebouças, na Universidade Federal Fluminense, que reuniu pesquisas, debates e pensamentos de intelectuais negros e negras do Brasil.

A nova heroína da pátria também escreveu uma série de textos, poemas, roteiros, ensaios e estudos teóricos. Os que mais se destacam são: Por uma história do homem negro (1974); Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso (1982) e O conceito de quilombo e a resistência cultural negra (1985).

Para Josiara Diniz, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Parlamentares do Ministério da Igualdade Racial, o reconhecimento de Beatriz Nascimento é uma conquista histórica. "Ter uma intelectual negra tão importante para o Brasil na posição de heroína nacional é o saldo da luta dos movimentos negros que reinvindicam esse reconhecimento há décadas”, destacou.

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria está depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília. Nele também estão gravados os nomes de Zumbi dos Palmares, Margarida Alves e Antonieta de Barros, entre outros personagens históricos.

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