Moradores dos nove estados que compõem a Amazônia Legal convivem, diariamente, com a presença violenta de 22 facções criminosas na região. Os dados são de um novo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira (30/11).
A Amazônia Legal é composta pelo Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. De acordo com o levantamento, 178 municípios, de 772 que compõem a região, registram a presença de grupos criminosos brasileiros e estrangeiros, que atuam no tráfico de drogas, armas e outros itens.
O número parece pequeno mas é representativo ao levar em consideração o número de habitantes que vivem nos municípios afetados: moram no local 57,9% do total de pessoas que residem na Amazônia Legal. Grupos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) são alguns deles.
Há, ainda, disputa territorial entre duas ou mais facções em ao menos 80 municípios, nos quais vivem 8,3 milhões de habitantes, cerca de 31,12% da população total da Amazônia.
“Dito de outra forma, algo como 1/3 dos habitantes da Amazônia Legal está em áreas conflagradas e em disputa, sujeitos às dinâmicas de violência extrema e sobreposição de ilegalidades e crimes”, frisa o estudo.
Acre e Amazonas são os dois estados que convivem com intensos confrontos de facções. O estudo aponta que Manaus se tornou “importante plataforma de exportação da droga para outros lugares do mundo, haja vista que possui aeroporto internacional e porto de atracação de navios de longo cursos, que viajam para outros países e que muitas vezes levam remessas de drogas escondidas nas cargas exportadas pelo porto”.
Facções aumentam índice de mortes violentas intencionais
Os ambientes urbanos, aliás, é apontado pelo levantamento como o alvo das facções criminosas para ter acesso aos meios de transporte dos produtos ilegais. A atuação dos grupos é violenta e está diretamente relacionada, diz o estudo, ao aumento alarmante do índice de mortes violentas intencionais na região, 52% superior à média nacional.
“Estas facções manifestam formas de violências impondo o medo sobre as populações, controlando territórios e impulsionando as taxas de homicídio. Não é à toa que a taxa de mortes violentas intencionais em municípios urbanos da Amazônia Legal é 52% superior à média nacional”, cita o estudo.
No entanto, o interior dos estados também estão em processo de conquista das facções, que atuam com outras atividades ilegais e crimes ambientais em territórios ribeirinhos, indígenas e quilombolas.
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