A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou, nesta segunda-feira (27/11), uma série de medidas para minimizar os impactos das ondas de calor na população. O plano de contingência prevê pontos de hidratação, reflorestamento, distribuição de roupas, protetor solar, e também a mudança dos estágios operacionais da cidade, disparados pelo Centro de Operações Rio (COR).
A decisão ocorre após o município registrar a maior sensação térmica desde 2014, quando o Sistema Alerta Rio iniciou a contagem. No dia 18 de novembro, no bairro Guaratiba, os cariocas sentiram o calor equivalente a 59,7°C. Esse foi o quinto recorde em apenas um ano e antecedeu a chegada do verão — que deve ser marcado por temperaturas igualmente elevadas devido ao El Niño. Dados da rede municipal de saúde também indicam que houve aumento de 51% de atendimentos a doenças relacionadas ao calor entre o dia 8 e 15 de novembro - durante a última onda de calor - comparado aos sete dias anteriores. O cálculo abrange os diagnósticos de mal-estar e fadiga; hipotensão (pressão baixa); efeitos do calor e da luz; síncope e colapso; e edema.
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Nas medidas imediatas anunciadas pelo governo do prefeito Eduardo Paes, o foco está na população mais vulnerável. Nos dias com temperaturas mais elevadas, haverá mais de 100 pontos de hidratação, que funcionarão nas clínicas da família, centros municipais de saúde e no Super Centro Carioca de Saúde. Nestes locais serão distribuídos água, isotônico, roupas, chinelos e protetor solar para pessoas em situação de rua. Além disso, as pessoas que precisarem de atendimento de saúde encontrarão na unidade profissionais capacitados para indicar opções de hidratação venosas e orais. Para localizar uma unidade, basta consultar prefeitura.rio/ondeseratendido. Já o Centro de Operações da Prefeitura vai disponibilizar em seu aplicativo COR.Rio os endereços das Clínicas da Família e demais unidades que funcionarão como pontos de hidratação durante o verão.
Um mapa de calor também foi apresentado durante evento de lançamento da ação. Nele, foi possível identificar que a Zona Norte é o local mais quente do Rio. Nela, fica locais como o Complexo do Alemão, o Complexo da Maré, Ramos e Pavuna - favelas que ficaram aquém de vegetação ao longo dos anos. Por esse motivo, foram anunciadas criação de parques e reflorestamentos nos locais afim de amenizar a sensação térmica.
Outro anúncio feito nesta manhã foi a mudança nos indicadores da matriz que decide os estágios operacionais da cidade - que considera mobilidade urbana, eventos, previsão do tempo, e, agora, altas temperaturas e sensação térmica. Sendo assim, de acordo com a prefeitura, a partir de agora, o município do Rio poderá trocar de estágio operacional em dias de maior vulnerabilidade da população ao "estresse térmico".
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