meio ambiente

COP28: Brasil pedirá a países ricos incentivos contra emissões de CO²

Na COP28, Brasil pedirá que países ricos ajudem financeiramente os pobres a fazerem o controle dos gazes que alteram o equilíbrio ambiental. E pedirá punição para quem não conseguir conter o despejo na atmosfera

 Clouds of smoke billow from forest fires in the Pantanal wetland in Porto Jofre, Mato Grosso State, Brazil, on November 13, 2023. Several fires have been ravaging the Brazilian Pantanal, the largest wetland on the planet. According to the specialists, these fires are primarily caused by human action, in particular the use of slash-and-burn techniques for agricultural expansion, and the situation at the end of the year has been exacerbated by an exceptional drought. (Photo by Rogerio FLORENTINO / AFP)
       -  (crédito:  AFP)
Clouds of smoke billow from forest fires in the Pantanal wetland in Porto Jofre, Mato Grosso State, Brazil, on November 13, 2023. Several fires have been ravaging the Brazilian Pantanal, the largest wetland on the planet. According to the specialists, these fires are primarily caused by human action, in particular the use of slash-and-burn techniques for agricultural expansion, and the situation at the end of the year has been exacerbated by an exceptional drought. (Photo by Rogerio FLORENTINO / AFP) - (crédito: AFP)
postado em 21/11/2023 03:55

O governo brasileiro vai propor, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) —de 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos —, que os países ricos concedam incentivos para que nações pobres ou em desenvolvimento zerem as emissões de CO² na atmosfera. Foi o que adiantou, ontem, o embaixador André Correia do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Extriores (MRE).

A proposta vem no momento em que um relatório das Nações Unidas afirma que só existem 14% de chances de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C até 2100. A ONU projeta que o clima da Terra pode aumentar até 2,9°C até o final do século. Segundo Ana Toni, secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, destacou que tais indicadores representaria uma tragédia global — com fenômenos climáticos extremos rotineiros, escassez de alimentos e água, e ondas de calor mortais.

Para Ana Toni, é necessário que exista incentivo para que os países acelerem o cumprimento da meta de zerar a emissão de gases do efeito estufa, pois, no ritmo atual, não é possível impedir um desastre climático.

"A proposta do Brasil deixa claro que precisamos ir mais rápido. Adiantar a implantação ou ocorre pela dor ou pelo estímulo. O que o Brasil está propondo é construir um pacote de apoio para países que queiram ir mais rápido, mas não conseguem, seja por falta de recursos ou outros fatores", explicou.

Punições

Ela defende que países que não atingirem a meta devem, de alguma forma, serem punidos. "A conta não está fechando. Nós vamos ter que acelerar a implementação. Temo que não só punir os países que não estão conseguindo chegar nesta meta, mas criar estímulos para que queiram e possam ir mais rápido", salientou.

O Brasil enviará sua maior comitiva à COP28. Até o momento, 2,4 mil pessoas se inscreveram para integrar a delegação brasileira. Do número total de inscritos, 400 são integrantes do governo e os demais se dividem em empresários, cientistas, ativistas e políticos.

"Participei de algumas COPs anos atrás. Havia uma cultura de que a delegação do Brasil atendia todos os brasileiros que quisessem fazer parte. Antes, a delegação do governo tinha mais pessoas de fora do governo do que de dentro. Quando se tem o empresariado entendendo como o Brasil está, é algo que ajuda imensamente", disse o embaixador.

Outros detalhes sobre a participação do Brasil no evento devem ser divulgados, nos próximos dias, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Será a primeira conferência do clima realizada pela ONU deste o começo do atual governo Lula. O Pantanal deve ser um dos biomas que terão atenção da comitiva brasileira, em busca de financiamento para preservá-lo — o bioma vem sofrendo com queimadas intensas e perda de vegetação.

 

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