O brasileiro-palestino Hassan Rabee, resgatado da Faixa de Gaza na segunda-feira (13/11), recebeu mais de 200 mensagens de ódio desde que chegou ao Brasil. Os ataques contra o repatriado e a família dele incluem xenofobia, ameaças de morte e calúnia. A defesa de Hassan formalizou um pedido para que o brasileiro e os familiares sejam incluídos no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai determinar que a Polícia Federal investigue as ameaças recebidas pelos brasileiros. "Vagabundo safado, te dou um pau se eu te encontrar na rua", diz uma mensagem recebida por Hassan. "Não queremos terroristas no Brasil", diz outro ataque.
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Alguns dos ataques foram iniciados após a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) acusar o repatriado de compartilhar conteúdo "pró-terrorismo". A parlamentar resgatou uma postagem de 2015 feita por Hassan, em que ele sugeria que estaria no "momento certo de explodir ônibus em Israel". A publicação foi apagada pelo brasileiro.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Hassam afirmou que não se lembra da postagem e que é contrário a violência. "Não sou a favor de violência nenhuma, sou a favor de conversa, sempre. Pode ser que eu tenha postado com raiva, mas, em 2015, não me lembro de nada", disse o repatriado.
A defesa de Hassan destacou que pretende processar todos os autores dos ataques sofridos pelo brasileiro, incluindo a deputada Carla Zambelli. "Nós vamos processar. É inadmissível que exista impunidade. Cada vez que há impunidade, essas pessoas se sentem mais empoderadas [em promover ataques]. Hoje é a família do Hasan, mas deve sair uma segunda lista [de futuros repatriados]. E essas pessoas que estão vindo, também vão passar por isso?", indagou a advogada Talitha Camargo da Fonseca à Folha de S.Paulo.
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