CALOR

Belo Horizonte recolhe 500 peixes mortos na Lagoa da Pampulha

Onda de calor elevou a mortandade dos animais que habitam o cartão postal de BH. Moradores reclamam do odor potencializado pelo calor

Trabalhadores estimam que número de peixes recolhidos passe dos 600, mas contagem oficial da prefeitura chega em 492  -  (crédito: Jair Amaral/ EM/ D.A Press)
Trabalhadores estimam que número de peixes recolhidos passe dos 600, mas contagem oficial da prefeitura chega em 492 - (crédito: Jair Amaral/ EM/ D.A Press)
Bruno Nogueira - Estado de Minas
postado em 16/11/2023 15:50

A prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já recolheu quase 500 peixes mortos da Lagoa da Pampulha, de segunda (13/11) até esta quarta-feira (15/11). A mortandade dos animais cresceu nos últimos dias devido à onda de calor que atinge a capital mineira, enquanto os termômetros batem recordes chegando a 37,9º C.

Com as altas temperaturas, a água do cartão postal evapora com mais facilidade. O baixo volume de chuvas e o acúmulo de esgoto ainda contribuem para que o oxigênio dissolvido nas colunas d'água seja menor e potencialize a morte dos animais.

A ocorrência tem incomodado os moradores do entorno e os visitantes da lagoa, que, há anos, já convivem com o mau cheiro da região. As pessoas que fazem caminhada ao redor do cartão postal relatam que o odor típico do local está sendo potencializado pelo calor e pelos peixes, assim como os trabalhadores ambulantes reclamam que o caso tem afastado os clientes.

Neide Dourado, por exemplo, trabalha no local há mais de 30 anos e clama para que a prefeitura resolva de uma vez por todas a questão do esgoto. Segundo a comerciante, que vende água de coco para os visitantes, a lagoa já viveu tempos melhores, mas ainda costuma lotar aos feriados e finais de semana.

“As pessoas não param mais para pegar côco devido ao mau cheiro, é muito desagradável. Para a gente que vive de rua, de vendas, é muito ruim. As pessoas falam que é o cartão postal mais bonito de Belo Horizonte, mas está sendo o mais feio”, disse a comerciante, relatando ainda que a situação acaba afastando os turistas.

Ao mesmo tempo, em que pessoas tentavam pescar as tilápias que habitam o corpo d’água, um barco com funcionários da prefeitura retirava os animais mortos. Outro morador, que preferiu não se identificar, questionou se a morte dos peixes ocorre apenas pelo calor. “Será que não tem alguma ‘podridão’ por trás dessa sujeira? Será que os comerciantes estão perdendo as vendas apenas por causa do calor?”, indagou.

Segundo nota da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, somente nesta manhã de feriado da proclamação da República, 190 peixes foram recolhidos. Na terça-feira (14/11) foram 292 animais, e na segunda-feira (13/10) outros 10, totalizando 492. No entanto, os funcionários estimam que o número passe de 600 peixes.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->