O grupo de 36 brasileiros na Faixa de Gaza cruza hoje a fronteira com o Egito. Fontes do Ministério das Relações Exteriores asseguraram ao Correio, ontem à noite, que os nomes estão incluídos na lista de estrangeiros autorizados a passarem por Rafah. A liberação é resultado das gestões do chanceler Mauro Vieira, que conversou pela quarta vez com o congênere israelense Eli Cohen a respeito dos brasileiros.
No contato com Vieira, Cohen tinha prometido que os brasileiros entrariam na lista de liberação para hoje. O Itamaraty, porém, vinha tratando dessa possibilidade com algum ceticismo, pois, na semana passada, os dois conversaram e o chanceler brasileiro recebeu a garantia da liberação, que não se confirmou.
Cohen teria justificado ao chanceler brasileiro que o atraso foi em função do fechamento da fronteira pelo Egito — realizado em protesto depois que Israel bombardeou um comboio de ambulâncias do Crescente Vermelho, entidade que atua nos países islâmicos equivalente à Cruz Vermelha Internacional. Uma das brasileiras esperançosas com a liberação para cruzar a fronteira com o Egito é Samira Hasan, que quer deixar Gaza com o filho de um ano. Uma vez dentro do país árabe, o grupo será conduzido ao Cairo, capital do país, onde um jato da Presidência da República o aguarda para que seja repatriado.
Enquanto Cohen prometia incluir os brasileiros na lista, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse que seu país não tem responsabilidade pela elaboração da relação de nomes que podem cruzar a fronteira com o Egito. Ele atribui a demora pela saída dos estrangeiros ao país vizinho e ao Hamas.
A movimentação e as opiniões de Zonshine vêm irritando o governo brasileiro, mas fontes do Itamaraty asseguram que não vão convocá-lo para explicações. Os diplomatas consideram que, nesse instante, a volta dos brasileiros retidos em Gaza é prioridade. (Colaboraram Rodrigo Craveiro e Renato Souza)
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