REPRESSÃO

Crime organizado no RJ: comitê conjunto rastreará o dinheiro sujo

Governos federal e do Rio criam organismo que avaliará a movimentação financeira das milícias e do tráfico de drogas no estado. Além de asfixiar o trânsito de recursos, ideia é começar a prejudicar a logística das gangues

Dino e Castro aprofundaram a cooperação contra as milícias e o tráfico -  (crédito: Rafael Campos/Governo do RJ      )
Dino e Castro aprofundaram a cooperação contra as milícias e o tráfico - (crédito: Rafael Campos/Governo do RJ )
postado em 09/11/2023 03:55 / atualizado em 09/11/2023 06:36

O Ministério da Justiça e Segurança Pública e o governo do Rio de Janeiro oficializaram, ontem, a criação de um grupo de inteligência financeira para combater as fontes de renda do crime organizado. O acordo de cooperação e criação do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) foi assinado pelo ministro Flávio Dino e pelo governador Cláudio Castro.

O grupo reunirá agentes da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Rio de Janeiro, além de integrantes de órgãos de controle de atividades financeiras — como a Secretaria estadual de Fazenda, a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O Cifra atuará complementarmente ao trabalho dos integrantes das Forças Armadas em portos e aeroportos, conforme previsto na operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — que começou segunda-feira.

"A lavagem de dinheiro funciona dentro do sistema financeiro nacional. E quando eles entram, entram em uma normalidade. O crime vira quase que normal e nós não podemos deixar que se formalize", disse Castro.

"Acreditamos que a GLO fecha corredores logísticos. Mas especialistas dirão que haverá o uso de outros. Claro que sim. Mas isso implica, em primeiro lugar, na desarticulação das redes já estabelecidas e, em segundo, aumento do custo da movimentação dessa suposta nova engrenagem", destacou Dino. No evento, também foram entregues 218 viaturas à Polícia Militar do estado — investimento estimado em R$ 47 milhões.

Em paralelo às ações contra as organizações criminosas que atuam no Rio, será criada a Ameripol, uma organização de polícia internacional nos mesmos moldes da Interpol, mas que integrará cerca de 30 países das Américas. A formalização será realizada hoje, em evento no Ministério da Justiça, que contará com a participação de Dino e ministros de 12 dos países-membros.

O grupo atuará na cooperação entre os países no combate ao crime organizado internacional, como lavagem de dinheiro por meio de criptoativos, além da troca de inteligência e capacitação de policiais. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, será o secretário-geral da Ameripol.

 

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