Rio de Janeiro

Polícia investiga nudes falsos de alunas no Rio de Janeiro

Segundo relatos de pais de alunas, alguém usou um programa de computador ou aplicativo de celular que, a partir de uma foto da pessoa vestida, analisa as características dela e substitui por um corpo nu bastante semelhante

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postado em 03/11/2023 04:00

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a divulgação de fotomontagens de alunas da unidade do Colégio Santo Agostinho situada na Barra da Tijuca (Zona Oeste) nas quais, devido a alteração nas imagens, elas aparecem nuas. Pais de alunas denunciaram o caso nesta semana à 16ª DP (Barra da Tijuca) e à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, que assumiu a investigação do caso.

Segundo relatos de pais de alunas, alguém usou um programa de computador ou aplicativo de celular que, a partir de uma foto da pessoa vestida, analisa as características dela e substitui por um corpo nu bastante semelhante, capaz de parecer ser mesmo a aluna retratada. A suspeita é de que os responsáveis pela montagem e divulgação das imagens seriam alunos dos 7º ao 9º anos do colégio. Pelo menos 20 meninas - a maioria alunas do colégio - teriam sido alvos dessa conduta.

Os autores das montagens podem ser processados pelo crime previsto no art. 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual”, que prevê pena de prisão de um a três anos, além de multa.

O parágrafo único desse artigo prevê que “incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido”. Se o autor ou os autores forem menores de 18 anos, não responderão pelo crime, mas por fato análogo a ele.

O Colégio Santo Agostinho enviou nota aos pais de alunos em que lamenta o episódio e afirma que “serão tomadas as medidas disciplinares aplicadas aos fatos cometidos, em tutela escolar”. Mas a instituição pede “a compreensão de todos os envolvidos, pois a condução dos atendimentos demanda tempo e não podemos tomar decisões precipitadas”. A nota afirma ainda que “é preciso tranquilizar seus filhos, não permitindo que o caso se torne ainda mais grave e se propaguem mais situações de conflito e desrespeito”.

Em outra nota, ao público em geral, a escola afirma que está apurando o caso e adotando as medidas previstas no regimento da escola.

A Polícia Civil emitiu nota em que afirma que a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente “instaurou procedimento para apurar os fatos, todos os envolvidos estão sendo chamados para serem ouvidos e diligências seguem para identificar a autoria do crime”.


Isis Valverde

Na semana passada, a atriz Isis Valverde também registrou uma ocorrência na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática ao se deparar, nas redes sociais, com fotos adulteradas dela que davam a impressão de que eram “nudes” vazados. Os advogados da atriz estão cobrando da polícia fluminense que descubra a autoria da manipulação fotográfica.


Nas adulterações, os hackers usaram uma fotografia verdadeira, postada pela própria Isis Valverde em suas redes sociais, em que ela está de biquini vermelho. Nos falsos “nudes”, os fraudadores usaram programas de inteligência artificial para apagar o traje de banho e criar um corpo nu.

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