Crime

Líder quilombola é executado a tiros no Maranhão; ministério lamenta

O líder quilombola José Alberto Moreno Mendes foi assassinado a tiros no interior do Maranhão, em frente de casa, na tarde da última sexta-feira (27)

O líder quilombola José Alberto Moreno Mendes, conhecido como Doka, foi assassinado a tiros em frente de casa, no interior do Maranhão, na tarde da última sexta-feira (27/10). O assassinato ocorreu no município de Itapecuru-Mirim (MA), a 120 km da capital São Luís.

O crime provocou pedidos de justiça dos movimentos populares. Doka tinha 47 anos e morava no povoado Jaibara dos Rodrigues, no Território Quilombola Monge Belo. Ele era presidente da Associação de Moradores do Quilombo Jaibara dos Rodrigues e membro da Comissão do Território e do Conselho Quilombola da União das Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Itapecuru-Mirim (Uniquita).

De acordo com a Polícia Civil, Doka estava perto de casa, quando dois homens de moto se aproximaram e atiraram cinco vezes contra o líder quilombola. Três disparos acertaram a cabeça e ele morreu no local. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão informou que a Polícia Civil já abriu uma investigação para apurar os motivos do crime. De acordo com o levantamento da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Maranhão, Doka é o décimo quilombola assassinado no Maranhão no período de 2020-2023.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou uma nota lamentando a morte. “Neste momento de dor e luto, estendemos nossas condolências aos familiares e amigos de José Alberto, e reforçamos nosso compromisso com a sua luta por um país mais justo e igualitário”. Ainda de acordo com a pasta, a comunidade de Monge Belo é uma das 168 do estado que aguarda titulação do território.

“É fundamental neste momento que a assistência disponível seja concedida aos familiares de José Alberto, as investigações sejam conduzidas de forma célere e diligente, a fim que os autores do crime sejam responsabilizados nos termos da lei, e que se avance na titulação do território quilombola de Monge Belo”.


*Estagiária sob supervisão de Lorena Pacheco 

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