O Exército nomeou o tenente-coronel Mário Victor Vargas Junior, de 48 anos, para o cargo de diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, na região metropolitana da capital paulista. A nomeação foi publicada nesta sexta-feira (20/10), no Diário Oficial da União (DOU). Ele substitui o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, exonerado na véspera pelo chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sudeste, general de Brigada Maurício Vieira Gama, após o desaparecimento de 21 armas do Exército, entre elas, oito metralhadoras de calibres .50 e 7.62, que estavam no arsenal. O comando da Força informou que Batista não será expulso do Exército.
Parte das armas foi recuperada na quinta-feira (19/10) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em um carro roubado encontrado na entrada da comunidade da Gardênia Azul, na Zona Oeste da cidade. Segundo a polícia fluminense, as armas saíram de São paulo e foram levadas, inicialmente, para as favelas do Complexo da Penha, na Zona Norte, e da Rocinha, na Zona Sul, ambas controladas pela facção criminosa Comando Vermelho. A polícia ainda não o paradeiro das outras 13 armas.
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O novo secretário de Polícia Civil do estado, Marcus Amim, informou que “Já havia notícia, pela inteligência do Exército, de que parte (das armas) tinha vindo para a guerra da zona oeste entre tráfico e milícia”. A polícia chegou a cogitar a possibilidade de invadir a Rocinha, em uma grande operação nos moldes da que está sendo feita nos complexos da Maré (Zona Norte) e da Cidade de Deus (Zona Oeste). “A gente ponderou entrar na Rocinha, realizar uma operação lá, mas conseguimos dados de que elas seriam transportadas, e preferimos pegar essas armas ao final do transporte, e não no meio, porque isso poderia gerar um confronto”, explicou o secretário.
O sumiço das armas só foi percebido em 10 de outubro, em uma inspeção. O Comando Militar do Sudeste determinou que os militares do Arsenal de Guerra ficassem aquartelados, sem autorização para deixar a unidade, durante o período da investigação. Cerca de 160 soldados, suboficiais e oficiais estão impedidos de deixar o quartel. Os envolvidos serão expulsos do Exército (no caso dos temporários) ou serão submetidos a um conselho de sanções (no caso dos servidores de carreira) caso o inquérito policial militar (IPM) aberto para investigar o sumiço das armas comprove a ligação de militares com o crime organizado.