Oito metralhadoras furtadas do Arsenal de Guerra, em Barueri, na Grande São Paulo, foram recuperadas nesta quinta-feira, 19, na Gardênia Azul, na zona oeste do Rio, pela Polícia Civil. São quatro metralhadoras .50 e outras quatro calibre 7,62 mm. Outras 13 armas ainda estão desaparecidas.
Dezenas de militares estão sendo investigados por falhas administrativas, disse o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste. Suspeita-se da participação de um cabo no furto. Quatro civis também são investigados. Foi instaurado um Inquérito Policial Militar, que corre em sigilo.
O diretor do Arsenal de Guerra de Barueri, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa, será exonerado por decisão do comandante do Exército, general Tomás Paiva.
De acordo com o general Maurício Gama, as armas furtadas estavam danificadas, sem condições de uso para o Exército. "As metralhadoras eram inservíveis. Não valia a pena economicamente fazer a sua recuperação para a administração militar", disse. A linha de investigação mais provável é de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo.
Ao todo 160 militares permanecem aquartelados em Barueri. "Quem for temporário com envolvimento será expulso. E os de carreira serão submetidos a processo administrativo, criminal e disciplinar. É um episódio inaceitável. As armas foram desviadas por furto com participação de militares. O crime aconteceu entre 6 e 8 de setembro" afirmou o general.
Militares que tinham encargos de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades. Há oficiais que receberam o formulário de apuração de transgressão disciplinar. Os militares têm 72 horas para apresentar defesa. "Houve troca de cadeado e do lacre. Vamos revisar nosso processo de conferência. E quem falhou na conferência também será responsabilizado", disse o general Maurício Gama.
Por seu alto poder de fogo, metralhadoras .50 passaram a ser cobiçadas por organizações criminosas organizadas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), que possuem armeiros especializados.
A comunidade da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio, tradicionalmente foi um espaço ocupado pela milícia que recentemente se aliou ao Comando Vermelho. No local, foi encontrado na semana retrasada o corpo de um dos suspeitos de envolvimento no ataque que matou três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca. A Gardênia Azul fica ao lado da Cidade de Deus, favela que é reduto do Comando Vermelho.
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