JUSTIÇA

Caso Joaquim: legista diz que corpo da criança não tinha marcas de violência

O quarto dia de julgamento dos acusados pelo assassinato da criança contou com uma reviravolta no caso

O quarto dia de julgamento de Guilherme Ponte e Natália Ponte, acusados de matar o menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi marcado pelo depoimento do médico legista Gustavo da Silveira Orsi, responsável pela análise do corpo da vítima. A sessão durou cerca de uma hora e meia, nesta quinta-feira (19/10), e contou com um total de sete testemunhas intimadas a depor. No entanto, não contou com presença de público e da imprensa.

O legista Gustavo da Silveira Orsi detalhou a análise realizada no corpo de Joaquim após ser encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP), em 2013. O médico descartou que a criança tenha sido vítima de violência física. Essa afirmação é fundamental, uma vez que Guilherme Longo, em 2016, durante a liberdade provisória, havia dado uma entrevista à TV admitindo ter matado Joaquim por esganadura.

O depoimento foi sentido pelo pai de Joaquim, Artur Paes Marques, que não conteve as lágrimas diante das palavras do médico. Guilherme Longo e Natália Ponte, os acusados, não demonstraram reação aparente.

Alexandre Durante, assistente da promotoria, enfatizou que "aquela questão do 'mata leão' está descartada”. Os peritos já tinham atestado que não havia sinal de esganadura e violência no pescoço de Joaquim.

Após a confissão de Guilherme Longo em 2016, ele fugiu para a Europa. A Interpol o capturou em 2017 graças a uma investigação do Fantástico, da TV Globo. Desde então, ele esteve sob custódia e, em janeiro de 2018, foi extraditado para o Brasil.

A professora de Joaquim, Natália Fernanda de Gaetani, também prestou depoimento durante a sessão. Ela destacou a mudança no comportamento do menino a partir do diagnóstico de diabetes e descreveu os sentimentos expressos por Joaquim pouco antes do desaparecimento.

O julgamento persiste com novos depoimentos técnicos de peritos e pessoas próximas à mãe de Joaquim, Natália Ponte, previstos para o quinto dia do julgamento na sexta-feira (20/10). No entanto, a celeridade da quarta sessão levanta a possibilidade de antecipar os interrogatórios da mãe de Joaquim e de Guilherme Longo, que originalmente estavam previstos para sábado (21/10).

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