Fenômeno raro

Eclipse solar: Nem todo o país teve a oportunidade de presenciar o fenômeno

Maioria dos estados conseguiu ver, pelo menos de forma parcial, o Sol encoberto pela Lua na tarde de ontem, mas nem todos acompanharam o fenômeno. Evento começou às 14h30 e teve ápice às 16h45

Os fenômenos astronômicos são muito raros, portanto a oportunidade de acompanhar é quase única. Na tarde de ontem, a população brasileira pôde ver um dos fenômenos mais famosos da astronomia: o eclipse. Por volta das 15h, pessoas se juntaram em praças abertas para olhar para o Sol, como foi o caso de milhares de habitantes do Distrito Federal.

Nem todo o país teve a oportunidade de presenciar o eclipse. No mínimo, ele pôde ser visto de forma parcial na maioria dos estados. Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte foram os estados que puderam ver o eclipse anular, quando a Lua fica entre a Terra e o Sol, fazendo com que a estrela pareça um anel de fogo no céu. Desses estados, o eclipse foi plenamente visível em apenas duas capitais: Natal e João Pessoa.

Dada a importância do fenômeno, a Nasa fez uma transmissão ao vivo direto de Juazeiro do Norte, no Ceará. O eclipse começou a ficar visível às 14h30 e teve ápice às 16h45. Além do Brasil, pessoas dos Estados Unidos, do México, do Belize, da Guatemala, de Honduras, da Nicarágua, da Costa Rica, do Panamá e da Colômbia também puderam acompanhar.

Entusiastas

Mais de 2 mil pessoas lotaram a praça do Cruzeiro, ontem, em Brasília, para acompanhar o fenômeno na capital federal. Diferentemente do Norte e do Nordeste, nas outras regiões do Brasil a visão foi parcial, o que não impediu que entusiastas e curiosos saíssem de casa em pleno sábado para olharem o céu.

Ricardo Lourenço Pinto, professor de geologia na UnB e membro da diretoria do Clube de Astronomia de Brasília (Casb), entende que o evento é uma oportunidade de ter um público maior discutindo ciências. Contudo, para o professor, o mais importante é o espírito de comunidade que o fenômeno trouxe. "Quem vier, independentemente do motivo, me alegra muito. É um momento de pessoas com interesses diferentes, juntas, conversando e vendo o que cada uma quer tirar desse evento", disse. Ele exaltou o fato de as crianças serem um dos maiores públicos presentes na praça. "O público infantil é muito interessado. Eu não sei o que acontece quando a gente envelhece que a gente perde esse instinto cientista. A curiosidade, que é um dos aspectos que envolve a ciência, é uma tendência natural da criança", afirmou. "A criança, no fim das contas, é um público mais fácil do que o adulto. Falar com criança é ótimo. Eles são curiosos, informados, têm uma memória fantástica. Não é porque é criança que sabe pouco", completou.

Esse é o caso de Beni Artur Coimbra de Souza Alves, menino de 11 anos que se interessou por astronomia por conta de vídeos de curiosidades no YouTube. "Quando vi que gostava, comecei a ler livros de astronomia e a pesquisar mais e mais", contou o menino, que já estuda com a ajuda da mãe, Carina Coimbra de Souza, assistente administrativa, 32 anos, há aproximadamente um ano e meio. Carina deu ao filho um telescópio e as pessoas da praça do Cruzeiro faziam fila para ver o eclipse que ele enquadrou na luneta, sem pagar nada.

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