O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, ontem, por videoconferência, com um grupo de ministros para tratar dos eventos climáticos extremos que castigam, desde o começo de outubro, Santa Catarina com fortes chuvas e Amazonas com uma seca histórica. No caso do estado da Região Norte, a situação foi agravada por queimadas irregulares promovidas por pecuaristas — que queimam a floresta a fim de que se torne pastagem.
"Assim como fizemos com o Rio Grande do Sul, temos dedicado atenção especial a esses estados, com a presença de técnicos, secretários, ministros, repasses de recursos e muito diálogo", afirmou Lula no X (antigo Twitter).
O ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, anunciou, também pelas redes sociais, que enviará mais agentes da Força Nacional ao Amazonas. "Conversei com o governador Wilson Lima. Atendendo à orientação do presidente Lula, e à vista da solicitação do governador e da bancada federal amazonense, vamos mobilizar mais efetivo da Força Nacional para reforçar as nossas equipes que já estão lá combatendo incêndios florestais", anunciou.
Desde quarta-feira, Manaus está tomada por uma imensa nuvem de fumaça, causada por incêndios que, segundo Joel Araújo, superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no estado, estariam concentrados nos municípios de Careiro e Autazes, na região da BR-319. "Essa fumaça vem dessa região e é provocada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária, que se estendem para áreas de vegetação. O Ibama tem 45 brigadistas atuando em um grande incêndio ambiental, o maior da região, no município do Careiro, na tentativa de diminuir essa fumaça, que está sendo carregada para Manaus", explicou.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que Autazes é o quarto município que mais registra queimadas em toda a Amazônia Legal, em outubro. Nos 10 primeiros dias do mês, foram apurados 236 focos de calor na cidade. O estado contabilizou 9 mil pontos de incêndio, entre setembro e outubro, o que levou o Amazonas a decretar emergência ambiental.
Emergência
Já em Santa Catarina, 139 municípios registram ocorrências relacionadas às fortes chuvas e 111 cidades decretaram situação de emergência, segundo a Defesa Civil. Na quarta, os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional), acompanhados do governador Jorginho Mello (PL), sobrevoaram a região do Vale do Itajaí, onde está Taió, cidade cujas ruas foram inundadas pelo aumento do nível do rio Itajaí do Oeste. O água chegou a ficar mais de 12m acima do normal.
A força-tarefa do governo federal levou medicamentos e insumos estratégicos do Ministério da Saúde para a região. De acordo com o diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública da pasta, Márcio Henrique de Oliveira Garcia, o "kit calamidade" é suficiente para atender cerca de 15 mil pessoas por 30 dias.