Região Norte

PF investiga morte de líder indígena do Pará que discursou na ONU

Após as declarações na organização internacional, o indígena passou a ser alvo de ameaças

Na ONU, Tymbektodem denunciou, em 28 de setembro, a invasão na terra em que vive por madeireiros ilegais -  (crédito: Luiza Buchaul/ Conectas)
Na ONU, Tymbektodem denunciou, em 28 de setembro, a invasão na terra em que vive por madeireiros ilegais - (crédito: Luiza Buchaul/ Conectas)
postado em 31/10/2023 16:22 / atualizado em 31/10/2023 16:23

A Polícia Federal abriu investigação para apurar a morte do líder indígena Tymbektodem Arara, na Terra Indígena Cachoeira Seca, a 250 km de Altamira, no Pará. Ele foi encontrado morto em um rio semanas após discursar na Organização das Nações Unidas (ONU).

A morte foi constatada no dia 14 deste mês. Na organização internacional, Tymbektodem denunciou, em 28 de setembro, a invasão na terra em que vive por madeireiros ilegais. A região onde ele vivia era uma comunidade isolada, sem contato com não indígenas.

Após o contato com pessoas não indígenas, os nativos desenvolveram doenças e vícios, como a dependência de álcool.

"Somos um povo de contato inicial, viemos aqui para exigir que se respeite nossa vida e nosso território. Sofremos muitas invasões. A demarcação só ocorreu 30 anos depois do contato com os não indígenas, em 2016", discursou ele na ONU.

A Polícia Federal investiga a versão de que o indígena teria se afogado e avalia se o óbito ocorreu por acidente ou se foi provocado. Uma das versões é de que o líder da comunidade tradicional teria pulado no rio enquanto estava alcoolizado. Um outra dá conta que ele teria sido jogado do barco. Após o discurso na ONU, Tymbektodem recebeu ameaças e precisou de escolta da Força Nacional.

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