violência

PF apreende 47 fuzis em mansão no Rio

Imóvel ficava em condomínio de alto luxo e estava alugado. Três homens foram presos na incursão e agentes encontraram, com as armas, fartura de munição. Em Belo Horizonte, outra parte da quadrilha foi desbaratada

Armamento apreendido na mansão seria entregue a facções e milícias -  (crédito: Divulgação/PF)
Armamento apreendido na mansão seria entregue a facções e milícias - (crédito: Divulgação/PF)
postado em 12/10/2023 03:55

A Polícia Federal (PF) apreendeu, no começo da noite de terça-feira, 47 fuzis em uma residência de luxo, em um condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O imóvel é alugado e três homens, que disseram ser de Minas Gerais, foram presos em flagrante no local.

Os fuzis estavam em um guarda-roupas e em malas espalhadas pela residência. De acordo com a corporação, também foram encontradas centenas de munições calibre .556 e armas dentro de três veículos que estavam estacionados na casa.

Dentro do imóvel também estavam peças e maquinário para manutenção das armas de fogo. De acordo com as investigações, o arsenal seria distribuído para traficantes e milicianos com atuação em favelas no estado do Rio de Janeiro.

Um dos que receberia parte dos fuzis apreendidos é, segundo os investigadores, John Wallace da Silva Viana, o Johny Bravo, que domina parte dos pontos de drogas da Rocinha. Era dele uma casa que foi demolida, em setembro, pela Prefeitura do Rio de Janeiro por determinação do Ministério Público do Estado (MP-RJ). A residência tinha três andares e cobertura e ocupava uma área de aproximadamente 600 m² — 100m² eram de um terraço descoberto com vista para a praia de São Conrado.

Pelo X (antigo Twitter), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, publicou: "Estamos intensificando todas as ações possíveis para apoiar o Rio de Janeiro no trabalho da segurança pública. Temos colhido muitos resultados", salientou.

Em Minas, a PF desbaratou, ontem, em uma falsa fábrica de móveis, no bairro de Calafate, na região oeste de Belo Horizonte, uma série de materiais e equipamentos próprios para a montagem de fuzis. A corporação também descobriu um caderno de anotações com instruções "que indicam que o grupo criminoso realiza a fabricação e montagem de fuzis".

"Os indícios apontam que o armamento é posteriormente enviado ao Rio de Janeiro, onde é comercializado e distribuído para as facções criminosas que atuam nas comunidades do estado", salientou a corporação, em nota.

Além dos equipamentos, foi apreendido na residência do principal alvo da operação — que não teve a identidade revelada e foi preso na operação de terça-feira, no Rio, com dois cúmplices — um veículo superesportivo da marca Lamborghini, avaliado em R$ 1 milhão. Segundo a PF, o suspeito mantinha uma vida luxuosa, com uma casa no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul da capital mineira, e administrava empresas na região metropolitana.

A Operação War Dogs — em referência ao filme Cães de Guerra, de 2016, que aborda o tráfico internacional de armas — cumpriu 10 mandados de busca e apreensão no Paraná e em Minas contra "um dos maiores fabricantes de armas do país". A ação foi sequência da incursão na qual foram apreendidos 47 fuzis.

Delegado

Também ontem, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão contra um delegado da própria corporação acusado de vazar informações sigilosas. De acordo com as investigações, o agente recebia propina para repassar a terceiros dados sob sigilo.

O delegado estava lotado na Superintendência Regional da PF no Rio e o mandado de busca e apreensão foi expedido pela 10ª Vara Federal Criminal do estado. Além das buscas, a Justiça determinou, também, a aplicação da medida cautelar de suspensão do exercício da função pública do policial, assim como a proibição do seu acesso às dependências e aos sistemas da corporação.

Segundo a PF, o delegado responderá pelos crimes de corrupção passiva e violação de sigilo funcional, cujas penas somadas podem chegar a 14 anos de prisão.

 

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