O empresário Thiago Brennand foi condenado, ontem, a 10 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado pelo crime de estupro. A decisão, do juiz Israel Salu, do Fórum de Porto Feliz (SP), determinou também que ele pague R$ 50 mil por danos morais à vítima, uma mulher de 25 anos que alega ter sido abusada na mansão do réu, em São Paulo. Ainda cabe recurso.
Esta é a primeira condenação de Brennand, que é réu em outros processos em Porto Feliz e na capital paulista, e está preso preventivamente. O magistrado entendeu que existem elementos suficientes para constatar o crime e citou o artigo 213, do Código Penal, sobre o ato de "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso".
A primeira audiência do processo foi em 30 de maio, quando o juiz ouviu a vítima e três testemunhas de defesa. A segunda foi em 21 de junho, data em que Brennand, o filho dele e uma funcionária do empresário prestaram depoimento.
Ele é réu em outras ações por estupro, agressão, cárcere privado e ameaça contra quatro mulheres. Em 27 de setembro do ano passado, Brennand teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de São Paulo, acusado de agredir a modelo Alliny Helena Gomes. O ataque foi em uma academia, dentro de um shopping de São Paulo, e tudo foi registrado por câmeras de segurança.
Fuga
Ele fugiu para os Emirados Árabes Unidos e chegou a ser preso, mas pagou fiança e continuou livre, hospedado em um hotel de luxo em Abu Dhabi. Chegou a postar vídeo nas redes sociais dizendo-se perseguido, inclusive politicamente, pois era apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 17 de abril, foi preso, pois os Emirados tinham autorizado o pedido de extradição do empresário para o Brasil. À época, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou: "Notório agressor de mulheres já no Brasil, trazido pela Polícia Federal, depois de ter fugido do nosso país. Vitória da Justiça sobre a impunidade".
A vítima da ação que condenou Brennand é uma norte-americana que mora no Brasil e não teve a identidade revelada pela Justiça. Segundo o Ministério Público, a mulher relatou que o relacionamento durou cerca de três meses. O estupro aconteceu quando ela visitou a fazenda de Brennand para comprar um cavalo, em 2021. Ela também foi impedida de deixar o local.
O empresário responde a três processos em Porto Feliz. Outros dois foram arquivados após um acordo entre as partes — um por ameaça ao caseiro e outro por injúria contra um garçom. Na capital, Brennand é réu em outras três ações.
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