violência

Polícia toma clube de treino do tráfico no Rio de Janeiro

Um dos alvos da operação foi um imóvel utilizado pela facção criminosa que atua no Complexo da Maré. Foi o segundo dia de incursões nos conjuntos de favelas da capital fluminense

Operação da Segurança Pública na Maré - Rio de Janeiro - 10/10/2023 -  (crédito: Rogério Santana / Divulgação Governo do Estado RJ)
Operação da Segurança Pública na Maré - Rio de Janeiro - 10/10/2023 - (crédito: Rogério Santana / Divulgação Governo do Estado RJ)
postado em 11/10/2023 03:55

A megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro em comunidades cariocas dominadas por facções do tráfico de drogas entrou, ontem, no segundo dia, com a mobilização de mais de mil agentes das polícias Civil e Militar do estado. Um dos alvos foi um clube que servia de centro de treinamento do tráfico de drogas, no Complexo da Maré (Zona Norte da cidade).

O local onde os integrantes da facção que controla a região se tornou conhecido depois que imagens de treinamentos de guerra pelos criminosos foram feitas com drones e exibidas pela TV Globo. A piscina do complexo esportivo na Vila do Pinheiro também era usada para lazer dos traficantes. Nessa comunidade, foram apreendidos pés de maconha cultivados em uma estufa e 60 carros clonados, que estavam em um galpão. Nas ações, a polícia encontrou dois fuzis, munição e drogas.

A polícia apreendeu, em uma favela do Complexo da Pedreira, também na Zona Norte, um adolescente de 15 anos suspeito de jogar uma bomba no interior de um ônibus, em 27 setembro, que deixou três pessoas feridas. Outros cinco suspeitos de participar do atentado ainda estão sendo procurados.

Na Maré, os agentes cumpriram mais de 50 mandados de prisão e ocuparam pelo menos 10 pontos do complexo. Duas escolas estaduais e 41 municipais estão fechadas desde segunda-feira, quando a operação foi deflagrada, deixando sem aulas cerca de 14 mil estudantes.

Pedofilia

Em paralelo, as polícias civis de 12 estados, em parceria com o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deflagraram, ontem, a Operação Bad Vibes, para combater a pornografia infantil. Foram cumpridos mandados de prisão e outros 36 de busca e apreensão contra pessoas que comercializavam e consumiam conteúdos de abuso sexual contra crianças e adolescentes em grupos do aplicativo Viber.

Foram efetuadas 12 prisões em flagrante em Sergipe, Santa Catarina, Espírito Santo, Pará, Ceará, São Paulo, Paraná, Goiás, além de cinco prisões temporárias no Piauí. No Paraná, foram cumpridos 14 mandados em sete cidades: Curitiba, São José dos Pinhais, Campo Mourão, Paranavaí, Colombo, Jaguariaíva e Maringá. Segundo a Polícia paranaense, foram apreendidos 41 equipamentos eletrônicos.

A operação contou com o apoio de agentes forenses para analisar os dispositivos apreendidos. De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, "a ação integrada teve como ponto de partida informações prestadas pela agência da Homeland Security Investigations (HSI), da Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, com base em investigações levadas a cabo pela agência da HSI em Pretória, África do Sul, que identificou a participação ativa de brasileiros nesses grupos".

O Viber é um aplicativo de mensagens e chamadas gratuitas, menos conhecido que o WhatsApp e o Telegram, mas semelhante. A Rakuten Group, responsável pelo Viber, aponta que o serviço conta com mais de 1 milhão de usuários.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br