O bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), dom Mauro Morelli, morreu na madrugada de ontem, aos 88 anos de idade. Ele estava internado há alguns dias no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, e faleceu "devido às complicações inerentes à idade avançada" — segundo informou a Diocese do município fluminense.
Dom Mauro foi ordenado sacerdote em 1964. Ele ocupou diversas funções na Igreja até ser nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, em 1974, pelo papa Paulo VI. Sete anos mais tarde, em 1981, o papa João Paulo II o nomeou como o primeiro bispo da recém-criada Diocese de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, cargo que ocupou ao longo de 24 anos. Renunciou em 2005, quando se tornou bispo emérito.
O líder religioso também ficou conhecido por sua atuação na luta pelos direitos humanos e no combate à fome no Brasil. Ele presidiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) durante o governo Itamar Franco (1993-1994), e os Conseas de Minas Gerais e São Paulo. Também atuou em projetos como o Fome Zero e a Ação da Cidadania contra a Fome, em parceria com o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Também foi membro do Comitê Permanente de Nutrição das Nações Unidas e um dos fundadores do Movimento pela Ética na Política.
Nas redes sociais, diversas autoridades e lideranças políticas lamentaram a morte de dom Mauro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o bispo emérito "foi um incansável expoente da luta contra a fome no nosso país. (...) Dedicou sua vida aos ensinamentos do Cristo e ao combate à desnutrição infantil".
O vice-presidente Geraldo Alckmin publicou que "dom Mauro deixa um legado exemplar, com sua obra de evangelização". A primeira-dama Janja destacou que "dom Mauro Morelli foi um grande lutador contra a fome no Brasil. (...). Perder Dom Mauro é perder um grande aliado pela segurança alimentar no nosso país".
O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) salientou que "Com tristeza me despeço do dom Mauro Morelli, (...) um dos grandes líderes do combate à fome no Brasil". Já o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), observou que "d. Mauro foi luz para os cristãos e pessoas de boa vontade que tiveram a honra de conviver com uma pessoa tão cordial, afável e altruísta, que sempre defendeu uma Igreja aberta ao seu tempo e acolhedora dos mais pobres".
Em nota, a Diocese de Duque de Caxias lamentou a perda. "Desejamos, ao perceber os sinais de esperança, expressar nosso louvor ao Deus sábio, amoroso e misericordioso que nos concedeu a graça de ter dom Mauro Morelli como nosso primeiro pastor", diz o texto.
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