O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se, ontem, com um grupo de ministros para estudar uma forma de o Brasil atuar nas negociações de paz entre Israel e o Hamas. Segundo fontes no Palácio do Planalto ouvidas pelo Correio, a diplomacia brasileira deve apresentar, na Organização das Nações Unidas, uma proposta para mediar o conflito, na tentativa de interromper a escalada de violência.
O Brasil está à frente da presidência interina do Conselho de Segurança das Nações Unidas e pretende elaborar uma proposta em condições de ser avalizada pelos membros permanentes — Rússia, China, Estados Unidos, França e Reino Unido, que têm poder de veto — do colegiado. A avaliação de momento no governo é de que a situação em Israel está se agravando.
Na reunião entre o presidente e o grupo de ministros, foram apresentadas outras ações, como o posicionamento do Brasil sobre a situação e a avaliação pessoal de Lula sobre o conflito. "Certamente como presidente do Conselho (de Segurança da ONU), o país busca um caminho para a paz, assim como Lula já se manifestou a respeito para trabalhar nesse sentido. Não pode ser uma proposta vazia e, por isso, precisa ser discutida com os outros países", observou o assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Celso Amorim — ao Correio.
Participaram da reunião — que foi por videoconferência, pois Lula se recupera da cirurgia no quadril — os ministros José Múcio (Defesa), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), além do ex-chanceler Amorim e do chefe do gabinete pessoal do presidente, Marco Aurélio Marcola. Lula também conversou com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), que tem visto o cenário no Oriente Médio com preocupação.
Em fase de recuperação, o presidente está proibido de receber visitas por 15 dias. No sábado, ele usou as redes sociais para condenar os ataques do Hamas a Israel — se disse "chocado" e manifestou condolências aos familiares dos mortos. "O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Lula.
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