Violência

Assassinato de médicos no Rio repercute na imprensa internacional

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso, mas até o momento não foram divulgadas informações sobre suspeitos e linhas de investigação. A deputada Sâmia Bomfim cobrou apuração do caso e afirmou que está "devastada"

Médicos fizeram última selfie antes de ataque a tiros em quiosque na Barra (RJ) -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Médicos fizeram última selfie antes de ataque a tiros em quiosque na Barra (RJ) - (crédito: Reprodução/Redes sociais)
postado em 05/10/2023 16:57

O assassinato de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (5/10), repercutiu na imprensa internacional. O jornal Washington Post e o site da ABC News, ambos dos Estados Unidos, e os jornais Clarín e La Nación, da Argentina, noticiaram o fato nesta manhã.

Durante a madrugada, Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim foram executados a tiros enquanto confraternizavam em um quiosque na Praia da Barra. Um quarto médico foi atingido e está internado, o quadro de saúde estável.

Diego Bomfim é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), o que gerou suspeitas a respeito de uma possível execução por motivos políticos. A suspeita foi destacada pelo jornal Washington Post, que frisou que o caso ocorreu em uma área nobre da cidade.

"As autoridades estão classificando (o caso) como uma execução seletiva, que pode ter tido motivação política", diz o texto.

O jornal citou ainda que o caso deve inflamar o debate sobre segurança pública no país. A matéria destaca o parentesco de Diego com Sâmia e chama atenção para o fato de que a parlamentar vinha sendo alvo de ameaças: "O cirurgião ortopédico era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim, uma política progressista que anunciou no ano passado ter recebido ameaças de morte."

O site da ABC também destacou a suspeita de que a execução possa ter motivação política. Assim como o Washington Post, a ABC relembrou o caso da ex-vereadora do PSOL, Marielle Franco, que foi executada em 2018. O veículo também citou que os médicos estavam na cidade para participar de um congresso de ortopedia e que outros participantes da conferência ficaram abalados com o assassinato.

O jornal argentino Clarín narrou que os assassinos se dirigiram diretamente à mesa dos médicos e efetuaram cerca de 20 disparos. O Clarín menciona que Sâmia, irmã de um dos mortos, é casada com Glauber Braga (PSOL-RJ), "famoso por seus discursos contra as milícias do Rio de Janeiro".

O La Nación noticiou que os médicos foram executados "a sangue frio". O jornal menciona que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal intervenha para apurar se houve motivação política no caso.

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso, mas até o momento não foram divulgadas informações sobre suspeitos e linhas de investigação. A deputada Sâmia Bomfim cobrou apuração do caso e afirmou que está "devastada".

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