RIO DE JANEIRO

Caso Evaldo: AGU faz acordo com família do músico

Em 2019, o carro do músico foi metralhado com 257 tiros por oficiais do Exército no Rio de Janeiro

A Advocacia-Geral da União (AGU) fez um acordo com a família do músico Evaldo Rosa dos Santos, morto em 2019 em Guadalupe, no Rio de Janeiro, em uma operação no Exército Brasileiro. A união vai pagar uma indenização total de R$ 2 milhões ao filho, à esposa, ao pai e aos irmãos do artista, além do pagamento de pensão mensal para a esposa e para o filho de Evaldo, no valor de um salário mínimo e meio para cada.

O acordo foi homologado nesta sexta-feira (22/9) pela Justiça Federal do Rio de Janeiro no âmbito da ação movida pela família para pleitear o pagamento de indenização. Todos os processos judiciais relacionados ao episódio foram encerrados.

Evaldo e o catador de latinhas Luciano Macedo foram baleados por militares que descarregaram suas armas na direção do carro onde estava a família do músico. Luciano tentou socorrer Evaldo e também acabou atingido. Ele morreu dias depois no hospital.

Logo após o ocorrido, o caso chamou a atenção por que 80 tiros foram identificados em análise preliminar da polícia. Depois, ficou constatado que, na verdade, foram 257 balas, sendo que 62 atingiram o veículo de Evaldo.

O carro com a família de Evaldo estava a caminho de um chá de bebê: Evaldo, a esposa, o filho de 7 anos, o sogro de Evaldo (padrasto da esposa) e outra mulher. O sogro do músico foi ferido no glúteo.

Em 2021, oito militares foram condenados, pelas mortes de Evaldo e de Luciano, mas respondem em liberdade até que se esgotem os recursos. Em depoimento, eles disseram que agiram em legítima defesa e que perseguiam bandidos – versão contestada pela defesa e pelas provas.

Em abril deste ano, a Advocacia-Geral da União fez um acordo com a família de Luciano.

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