Acidente

Mortes dão sinal de alerta no paraíso das cachoeiras, a Serra do Cipó

Um dos destinos turísticos mais procurados em Minas, região tem várias opções de quedas d'água. Na mais popular do Parque Nacional, acidentes evidenciam risco

As águas que serpenteiam desde o alto de montanhas mineiras formam quedas que proporcionam espetáculos naturais, atraindo turistas e aventureiros. Mas o que nem todos sabem é que essas paisagens deslumbrantes reservam também armadilhas, que se tornam ainda mais traiçoeiras no período chuvoso que está prestes a começar. Prova disso é que apenas nos últimos cinco anos (2018 a 2022) 123 pessoas morreram em cachoeiras mineiras segundo o Corpo de Bombeiros. Com um levantamento com base nesses dados, o Estado de Minas mapeou os principais riscos nesses atrativos.

A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo contabiliza 1.175 cachoeiras cadastradas em Minas, estado em que essas formações são especialmente atrativas. No período avaliado, os bombeiros registraram mortes em 98 delas, sendo que em 16 ocorreu mais de um óbito de 2018 a 2022.

Uma das principais armadilhas em queda d'água são chuvas nas cabeceiras dos leitos, que resultam em aumento repentino do volume e da velocidade das corredeiras, surpreendendo visitantes. Foi o que aconteceu na ocorrência com mais pessoas mortas nos últimos cinco anos.

Em janeiro de 2018, em São João Batista do Glória, no Sul de Minas, a Cachoeira do Zé Pereira foi tomada repentinamente por uma cabeça d'água que pegou banhistas e desportistas de escalada de surpresa. A correnteza arrastou quatro pessoas que faziam rapel na queda d'água e duas que nadavam no poço. Cinco delas morreram.

Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, a cabeça d'água é um "fenômeno natural de aumento repentino do volume em cachoeiras, rios e lagos, causado por chuvas intensas nas cabeceiras ou em trechos mais altos dos cursos d’água, que podem surpreender e arrastar os banhistas".

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