O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na morte de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A menina morreu neste sábado (16/9), após ser atingida por um tiro na cabeça e outro na coluna e ficar internada durante nove dias. A família dela tinha passado o feriado no Rio de Janeiro e retornava para Petrópolis, onde mora. Os familiares relataram que os tiros partiram de policiais da PRF.
Segundo o g1, o pedido de prisão foi apresentado pelo procurador Eduardo Benones, na sexta-feira (15/9), antes de a criança morrer. O representante do Ministério Público argumentou que agentes da PRF tentaram intimidar a família da vítima. "A presença de 28 inspetores no hospital, no dia do ocorrido, em contato visual e às vezes verbal com as vítimas demonstra uso indevido da força corporativa", elencou o procurador.
Eduardo também pediu uma nova perícia no fuzil encontrado na carro em que Heloísa estava com a família. "A presente demanda tem como escopo assegurar os vestígios para a produção de prova pericial a subsidiar futura persecução penal", pontuou o procurador.
Relembre o caso
Heloísa foi baleada em 7 de setembro. Dentro do carro estavam a mãe da menina, uma irmã de 8 anos e uma tia. No primeiro depoimento dos policiais prestado para a Polícia Civil, Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos que atingiram Heloísa. O agente afirmou ainda que os oficiais estavam em busca do veículo Peugeot 207 Passion que, segundo a PRF, tem registro de roubo desde de agosto do ano passado.
Os agentes seguiram atrás do veículo, ligaram o giroflex e acionaram a sirene para que o motorista parasse, e que, após 10 segundos, escutaram um som de disparo de arma de fogo e chegaram a se abaixar dentro da viatura.
Menacho afirmou que disparou três vezes em direção ao Peugeot porque a situação o fez supor que os barulhos de tiro vieram do veículo da família de Heloísa. Os agentes Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva confirmaram a versão de Menacho.
O Correio tenta contato com o Ministério Público Federal para saber mais informações sobre o caso, mas até a mais recente atualização desta matéria não houve retorno. O jornal também não localizou a defesa dos agentes da PRF. O espaço segue aberto para manifestações.
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