O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou, ontem, os novos ministros dos Esportes, André Fufuca, e dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho — que devem assegurar a fidelidade do Centrão ao Palácio do Planalto nas votações de propostas de interesse do governo, sobretudo na Câmara dos Deputados. O formato, porém, foi razão de constrangimento e insatisfação por parte de caciques do PP e do Republicanos, bancadas das quais os dois novos integrantes do primeiro escalão fazem parte.
A cerimônia de posse foi fechada. Além de Lula, Costa Filho e Fufuca — e mais Márcio França, realocado no Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte —, participaram o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), líderes dos partidos e parentes dos ministros.
Havia a expectativa de que o presidente realizasse um evento aberto, que serviria para reforçar o prestígio junto ao Centrão com um endosso público aos novos auxiliares. Lira teria sido um dos que não gostou do modelo adotado pelo Palácio do Planalto — que, por sinal, nem tratou como posse, mas uma "reunião fechada" de Lula com Fufuca e Costa Filho.
Baixa qualidade
Logo depois do encontro com o presidente, os três falaram à imprensa. Coube a Fufuca a nota surpreendente ao afirmar que o Brasil tem "um esporte de qualidade quase zero", embora tenha feito um elogio à antecessora, a ex-campeã de vôlei Ana Moser — que não participou da passagem do cargo —, ao salientar que pretende realizar uma gestão à altura da que ela fez.
"Queremos uma revolução no esporte nacional, falo na democratização no esporte. Mas não podemos falar de uma revolução esportista no momento que temos um esporte de qualidade quase zero no país. Essa revolução que falo será feita a partir de parcerias", disse.
França procurou passar a imagem de união dentro do governo e que as discordâncias — ele vinha demonstrando incômodo em deixar a pasta de Portos e Aeroportos — estavam superados. "Tinha dito ao presidente que qualquer que fosse a incumbência que ele nos desse, com o partido aceitando, a gente assumiria. Fazemos parte de um time só. O governo tem que ter maioria no Parlamento, tem que ter facilidades para governar. Naturalmente que a chegada de dois parlamentares com experiência e com bases fortes vai nos ajudar como um todo", afirmou.
Costa Filho, que sucedeu França, preferiu mostrar que está sintonizado com Lula. Frisou que a privatização do Porto de Santos — razão de embate da pasta com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — não é uma decisão do ministério, mas, sim, uma política de governo. "Os Portos e Aeroportos estão em uma agenda estratégica para o Brasil. Vamos trabalhar com a orientação do presidente Lula. Vamos nos reunir com o ministro das Minas e Energia (Alexandre Silveira) e com o do Turismo (Celso Sabino) para trabalharmos ao lado das companhias aéreas para reduzir o valor das passagens", salientou.
Já nas posses nos ministérios, para uma plateia composta de convidados especiais, parentes e correligionários, cada novo ministro salientou as razões pelas quais está no governo. Costa Filho lembrou que seu partido esteve alinhado com o governo a maior parte do tempo.
"O Republicanos, no primeiro semestre, votou em 87% com o governo, nas pautas econômicas de interesse do país", salientou.
Por sua vez, Fufuca fez um agrado à ministra da Saúde, Nísia Trindade — cuja pasta era cobiçada pelo PP, partido ao qual pertence —, afirmando que "a única coisa que quero da sua área, ministra Nísia, é parceria".
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