A polícia da cidade de Araras (SP) investiga a morte da dentista Bruna Angleri, de 40 anos, cujo corpo foi encontrado carbonizado, no quarto do imóvel em que morava, destruído devido a um incêndio. Os agentes trabalham com a hipótese de que ela foi vítima de feminicídio e que possivelmente estava morta antes de o fogo ter consumido o cômodo da casa.
O delegado Tabajara Zuliani dos Santos, que comanda as investigações, trabalha com a hipótese de assassinato. Isso porque, segundo a perícia que foi realizada nos restos mortais, Bruna "foi severamente agredida", estava com o rosto "completamente deformado" e tinha uma costela quebrada.
De acordo com o delegado, o principal suspeito — um ex-namorado cujo nome não foi divulgado — foi interrogado e liberado. Ele teria negado envolvimento no caso e apresentado álibis, apesar de Bruna ter registrado uma medida protetiva contra ele, com quem teve um relacionamento de aproximadamente sete meses. "Com o tempo da investigação, os álibis vão ser avaliados. No presente momento, qualquer tipo de pedido de prisão com o que se tem é prematuro", disse o delegado.
A dentista foi encontrada pela mãe no dia anterior, com o corpo carbonizado, num condomínio de alto padrão em Araras. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que policiais militares foram acionados por volta das 10h45 de quarta para atender a ocorrência.
Bruna era coordenadora de pós-graduação da Faculdade São Leopoldo Mandic, de Araras. A entidade publicou nota de pesar afirmando que a dentista era uma "profissional exemplar e competente, como também uma pessoa excepcional e querida por todos".
Ela formou-se em odontologia, em 2014, pelo Centro Universitário Hermínio Ometto de Araras e, antes de escolher a odontologia, fez graduação de psicologia com especialização em terapia comportamental e cognitiva pela Universidade de São Paulo (USP). Bruna deixa um filho de seis anos, que faz aniversário amanhã.
O corpo da dentista foi sepultado no Cemitério Municipal de Araras, após ter o velório interrompido para realizar mais exames no Instituto Médico Legal (IML) de Limeira, em São Paulo — isso porque um exame de concentração de gás carbônico na corrente sanguínea foi solicitado a fim de se determinar se ela foi queimada enquanto ainda estava viva.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br