RIO GRANDE DO SUL

Em Porto Alegre, lago Guaíba transborda e inunda ruas da cidade

No setembro mais chuvoso de Porto Alegre desde 1916, o transbordamento do Guaíba já deixou ao menos uma vítima e inundou parte do CT do Internacional

Vazamento da rede pluvial causa alagamento na Avenida Voluntários da Pátria, em Guaíba -  (crédito: Reprodução/MetSul Meteorologia)
Vazamento da rede pluvial causa alagamento na Avenida Voluntários da Pátria, em Guaíba - (crédito: Reprodução/MetSul Meteorologia)
postado em 27/09/2023 18:30

Sob alerta de risco de inundação desde a manhã desta quarta-feira (27/9), o lago Guaíba, em Porto Alegre (RS), atingiu o nível de 3,17 metros — 17 cm acima do nível de transbordamento e o maior em 56 anos. Comportas que haviam sido fechadas para evitar o alagamento da cidade vazaram e funcionários da prefeitura precisaram colocar sacos de areia no local para tentar reforçar a contenção da água.

Em regiões da orla do Guaíba, como no Cais Mauá, a água atingiu as calçadas e cobriu parte do asfalto. Ao menos dez pontos de bloqueio total por acúmulo de água já foram registrados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) em Porto Alegre.

Localizado próximo à beira do lago, o Centro de Treinamento (CT) do Parque Gigante, onde treina o Internacional, teve parte do seu complexo alagada. Os campos de futebol onde os jogadores treinam foram completamente submersos.

O corpo de um homem de 30 anos foi encontrado na orla do Guaíba, nesta quarta, nú e sem documentos. A Brigada Militar (BM) estima que a vítima tenha sido vítima de afogamento, e que tenha falecido há cerca de dois ou três dias. O resultado da autópsia ainda é desconhecido.

Segundo a empresa de meteorologia MetSul, a enchente é a maior em 56 anos, e é a 4ª vez que o Cais do Mauá é tomado pela cheia do Guaíba nos últimos 80 anos, o que aconteceu em 1941, 1967 e 2015.

Leite encontra Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe o governador Eduardo Leite (PSDB-RS), na tarde desta quarta, para discutir medidas de auxílio ao estado. Leite deve pedir alterações no Código Florestal, devido ao caos climático que envolve o estado nos últimos anos.

Além das enchentes causadas pelo ciclone neste mês, que resultaram em dezenas de mortes, na destruição de patrimônio e em pessoas em situação de desabrigo, o Rio Grande do Sul têm sido acometido por períodos de secas severas.

O governador sugere a alteração do Código Florestal para permitir que moradores e autoridades construam armazenamentos de água em locais atualmente blindados pela legislação. Segundo interlocutores de Leite, isso tornaria possível a preservação da água de períodos chuvosos e enchentes, que seria utilizada e consumida em períodos de estiagem.

A mudança do código somente seria possível com o envio, pelo governo federal, de um projeto de lei ao Congresso Nacional.

Durante a reunião, Leite também deve solicitar ajuda a famílias de renda superior às das faixas atendidas pelo programa Minha Casa Minha Vida, que abarca famílias que recebem até R$ 8 mil.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

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