A cidade de Belém, no Pará, pode quebrar recorde de temperaturas. Até 2050, a capital paraense pode ter 222 dias de calor extremo por ano. O alerta foi feito por um levantamento da ONG CarbonPlan, com o jornal norte americano The Washington Post. Os pesquisadores utilizaram como métrica a temperatura mínima de 32ºC. "Nesse ponto, mesmo adultos saudáveis que praticam atividades ao ar livre por mais de 15 minutos podem sofrer estresse térmico, muitas mortes ocorreram em níveis muito mais baixos", pontua as organizações responsáveis pelo estudo. Belém aparece como a segunda cidade mais quente na lista apresentada pela pesquisa.
O levantamento também aponta que mais de de 5 bilhões de pessoas no mundo estarão expostas a pelo menos um mês de calor extremo. "O mundo está a viver um aumento de dias extremamente quentes que colocam a saúde humana em risco, com a ameaça concentrada em alguns dos locais menos preparados para lidar com a situação. Esta nova epidemia de calor extremo representa uma das ameaças mais graves para a humanidade, mas não afetará o mundo de forma uniforme", alerta os pesquisadores.
Os responsáveis pela pesquisa frisam que a desigualdade social é um fator que agravará os impactos do calor extremo. "Embora certas partes dos países ricos registem um aumento dentro de alguns dias, a maior parte do perigo surgirá nos países pobres, em regiões já quentes, como o Sul da Ásia e a África Subsariana, que carecem de ar condicionado generalizado e de outras vantagens, como sistemas avançados de cuidados de saúde", acrescenta a pesquisa.
"As pessoas estão morrendo de calor nos campos, nos canteiros de obras e nos apartamentos sem ar condicionado. Outros, forçados a trabalhar ao ar livre sob o sol quente, sofrem de doenças renais. Outros ainda enfrentam ataques cardíacos, derrames e até doenças mentais agravadas por altas ", prossegue.
Alerta do Inmet
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para as altas temperaturas na chegada da primavera, que começa oficialmente no próximo sábado (23/9). Há, também, a previsão de baixos índices de umidade relativa do ar. O calor será intenso no interior de Santa Catarina, no Paraná, em grande parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste e no interior do Nordeste. Além disso, Rondônia, Tocantins e em áreas do centro-sul do Pará e do centro-leste do Amazonas também sofrerão com a alta nos termômetros. Segundo levantamento do Climatempo, Paraná, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Piauí e Maranhão podem alcançar até 40°C. O aumento de temperatura ocorre por causa de um bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias e intensifica os dias de sol e calor.
Outros pontos do levantamento
Ainda sobre o estudo da ONG CarbonPlan e do jornal norte americano The Washington Post, a cidade de Pekambaru, na Indonésia, terá 344 dias de calor extremo. Outro alerta de altas temperaturas foi direcionada a Phoenix, nos Estados Unidos. "Se antes do verão de 2023 não estava claro que as alterações climáticas estão a aumentar as temperaturas, é melhor que fique claro agora. Julho passado quebrou o recorde do mês mais quente já medido. E isso foi antes de uma cúpula de calor com risco de vida ferver grandes áreas do meio-oeste dos EUA em agosto", ressaltou a CarbonPlan.
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