Um vídeo de estudantes do curso de medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), em São Paulo, fazendo masturbação coletiva durante uma partida de vôlei feminino da Intermed, competição esportiva entre universidades, viralizou neste domingo (17/8) e causou revolta nas redes sociais.
Nas imagens, é possível ver um grupo de cerca de 20 homens em uma plateia assistindo a uma partida de vôlei feminino com as partes íntimas à mostra e as tocando. Em outro vídeo, eles aparecem correndo na quadra com as calças abaixadas.
Após a repercussão, o Ministério das Mulheres se pronunciou sobre o caso e reforçou o compromisso de trabalhar para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência. "Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas", escreveu a conta oficial do Ministério das Mulheres no X (antigo Twitter).
Em parceria com o @min_educacao, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência.
— Ministério das Mulheres (@mindasmulheres) September 18, 2023
A União Nacional dos Estudantes também falou sobre o caso. "Absurdas as cenas dos alunos de medicina da Unisa durante os jogos universitários. Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino. Não podemos tolerar que casos como esse continuem acontecendo", publicou no X.
Absurdas as cenas dos alunos de medicina da da Unisa durante os jogos universitários. Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino.
— UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES ????????? (@uneoficial) September 18, 2023
Não podemos tolerar que casos como esse continuem…
O Centro Acadêmico Rubens Monteiro de Arruda, da Faculdade de Medicina Santo Amaro, publicou uma nota de repúdio, afirmando que as atitudes vistas nos vídeos não representam a entidade. "Repudiamos as atitudes demonstradas nos vídeos que estão circulando nas mídias sociais. Tais feitos são um retrocesso para a nossa universidade e, portanto, não representam a nossa querida Casa", publicaram no Instagram.
O influenciador Felipe Neto usou o X para cobrar uma atitude das autoridades. "Olá, ministro Fávio Dino. Sei que pode parecer ‘pouco’, mas não é. Que recado o país está dando ao deixar que esses alunos de medicina façam isso impunemente?”, escreveu ele.
Olá Ministro @FlavioDino - sei q pode parecer “pouco”, mas não é.
— Felipe Neto ???? (@felipeneto) September 17, 2023
Que recado o país está dando ao deixar q esses alunos de medicina façam isso impunemente?
Isso é crime. Teremos o silêncio das autoridades por se tratarem de futuros médicos? Ou algo será feito? Confio em vc. https://t.co/5uQ6PXWpP1
A deputada Marina do MST (PT) afirmou que parte do time de futsal masculino da Unisa foi expulso dos jogos universitários após a masturbação coletiva. “O ato se configura como importunação sexual e deve ser encarado com a seriedade que merece. São essas mesmas figuras que cuidarão da nossa sociedade quando formados médicos? Não por acaso, o curso da mesma faculdade é conhecido pelos trotes violentos, misóginos e hierarquizantes”, publicou no X.
Parte do time de futsal masculino da Unisa foi expulso dos jogos universitários porque simularam uma masturbação coletiva em dois momentos do campeonato. O ato se configura como importunação sexual e deve ser encarado com a seriedade que merece.
— Marina do MST (@marinadomst) September 17, 2023
A deputada estadual Laura Sito (PT-RS) também usou as redes sociais para se pronunciar sobre o episódio. "No país que um 1 estupro é registrado a cada 7 minutos, um time de futsal masculino, da Faculdade de Medicina UNISA, se masturbou coletivamente durante jogo de vôlei feminino. O ato configura como importunação sexual e todos têm que ser punidos. Ser mulher é um ato de coragem!", escreveu no Twitter.
No país que um 1 estupro é registrado a cada 7 minutos, um time de futsal masculino, da Faculdade de Medicina UNISA, se masturbou coletivamente durante jogo de vôlei feminino. O ato configura como importunação sexual e todos tem que ser punidos. Ser mulher é um ato de coragem!
— Laura Sito (@laurasito) September 18, 2023
Já a deputada federal Talíria Petrone (PSol-RJ) afirmou que espera um posicionamento da faculdade sobre o ato. “Simplesmente nojento e criminoso o que estudantes de Medicina da Unisa fizeram no Intermed, torneio esportivo entre faculdades de Medicina de São Paulo. Esperamos que a Unisa tome providências, porque é um horror pensar que esses homens serão futuros médicos", escreveu.
Simplesmente nojento e criminoso o que estudantes de Medicina da Unisa fizeram no Intermed, torneio esportivo entre faculdades de Medicina de São Paulo. Esperamos que a Unisa tome providências, porque é um horror pensar que esses homens serão futuros médicos.
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) September 17, 2023
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br