PRISÃO

Mandante da chacina de Unaí, Antério Mânica se entrega em Brasília

Ex-prefeito da cidade foi condenado por ser um dos principais mandantes do crime. Ele se entregou em Brasília, após decisão do STJ.

Antério Mânica foi condenado a 64 anos de prisão
 -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Antério Mânica foi condenado a 64 anos de prisão - (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Pedro Faria - Estado de Minas
postado em 16/09/2023 13:33 / atualizado em 16/09/2023 18:05

Acusado de ser o mandante da Chacina de Unaí, ocorrida em 2004, e ex-prefeito da cidade, Antério Mânica se entregou à Polícia Federal em Brasília, na manhã deste sábado (16/9). Na última quarta-feira (13/9), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a prisão imediata de, além de Antério, Norberto Mânica, José Alberto de Castro e Hugo Alves Pimenta, todos condenados pelo assassinato dos auditores fiscais.

Os três foram considerados culpados pelo tribunal do júri. Eles teriam contratado os pistoleiros que assassinaram os auditores fiscais do Ministério do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e o motorista Aílton Pereira de Oliveira.

Segundo o advogado Marcelo Leonardo, Mânica se apresentou em uma delegacia da Polícia Federal na capital federal nesta manhã, para dar cumprimento ao mandado de prisão em aberto. "Se apresentou espontaneamente hoje pela manhã para cumprir a ordem de prisão", disse.

"Vamos recorrer contra essa decisão que consideramos ilegal e injusta. Ele ficará em uma unidade prisional de Brasília", completou o advogado.


O proprietário rural Norberto Mânica, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado a pena de 56 anos e três meses de reclusão. Para os réus José Alberto de Castro e Hugo Alves Pimenta, denunciados por contratarem os matadores, os ministros estabeleceram a pena em 41 anos e três meses e em 27 anos de reclusão. Castro já havia sido preso nessa quinta-feira (14/9). 

Relembre o caso

Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condições análogas à escravidão na zona rural de Unaí, incluindo as propriedades da família Mânica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, também foi morto. 

Os pistoleiros Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda foram condenados a 76, 94 e 56 anos de prisão, respectivamente, e cumprem pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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