A Polícia Federal (PF) cumpriu 16 mandados de busca e apreensão como parte da Operação Perfídia, que apura crimes de corrupção ativa e passiva, além de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação. Os contratos apurados pela PF se referem à compra de 9.360 coletes balísticos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, em 2018. Os equipamentos, suspeita a polícia, foram adquiridos com sobrepreço pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio.
Segundo informações do portal G1, o general Walter Braga Neto, então comandante da intervenção federal, é investigado e teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça. O militar, porém, não é alvo dos mandados.
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Cooperação
De acordo com a PF, as apurações que baseiam a Operação Perfídia começaram por meio de uma cooperação internacional com a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI). Esse órgão aponta que a empresa americana CTU Security e o governo celebraram contrato, através do Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro, com sobrepreço em coletes balísticos.
Essa informação foi descoberta durante as investigações americanas sobre o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises em julho de 2021. À ocasião, em empresa dos EUA ficou responsável pela logística de militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon.
Após a comunicação de crime das autoridades americanas, o Tribunal de Contas da União (TCU) apurou os contratos firmados entre o governo brasileiro e a empresa americana e constatou indícios de sobrepreço na compra dos coletes balísticos. Após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União, o valor foi estornado no dia 24/09/2019.
Cartel
Segundo a Polícia Federal, a Operação Perfídia ainda investiga a suspeita de que duas mpresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formariam um cartel deste mercado no país. Essas empresas, apontou a PF, possuem milhões em contratos públicos.
Os nomes dessas empresas, porém, não foram divulgados. A PF também não divulgou o nome de cada pessoa vítima de busca e apreensão.
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