TRAGÉDIA

Número de mortos após ciclone no RS aumenta e chega a 41

Governo do Rio Grande do Sul contabiliza mais óbitos decorrentes do maior desastre natural da história da unidade federativa

Vista aérea da destruição provocada pelo ciclone em Muçum, onde houve maior número de vítimas: 15 -  (crédito:  AFP)
Vista aérea da destruição provocada pelo ciclone em Muçum, onde houve maior número de vítimas: 15 - (crédito: AFP)
Renato Souza
postado em 08/09/2023 03:55 / atualizado em 08/09/2023 04:55

O governo do Rio Grande do Sul confirmou, ontem, 41 mortos em razão do ciclone extratropical que atingiu o estado — o que representa a maior tragédia natural da história da unidade federativa.

De acordo com o levantamento, o maior número de óbitos, 15 no total, ocorreu no município de Muçum, cidade gaúcha que foi severamente afetada pelas enchentes e ventos fortes provocados pelo fenômeno climático que deixou um rastro de destruição, população assustada e governo preocupado com os danos estruturais e perda de vidas.

O prefeito de Muçum, Matheus Trojan (MDB), afirmou que o cenário local é devastador. "Não existe mais a cidade de Muçum como existia", declarou Trojan. Além dos mortos, o município ainda registra nove pessoas desaparecidas, que estão sendo buscadas por equipes de resgate em meio a destroços de casas, pontes e demais estruturas que colapsaram com a força da água, que subiu rapidamente e alagou bairros inteiros.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, visitou a região ontem. O prefeito pediu que as pessoas não tentem ir até a cidade, pois as tentativas de chegar até o perimetro estão causando engarrafamentos. O trajeto de Porto Alegre até Muçum, que levava cerca de duas horas, está durando 4 horas. Ele pediu que donativos sejam entregues em pontos fora da cidade, mas destacou que já existem mantimentos suficientes para ajudar a população afetada pelas chuvas.

"Quem não está vindo para voluntariamente ajudar, não venha para a cidade. Mesmo para os donativos, procure outros locais", afirmou Trojan. Eduardo Leite lamentou a tragédia. "Eu sei que é duro, não tem palavra de conforto para que as pessoas fiquem sem dor. É difícil imaginar, mas vamos reconstruir essas cidades", disse Leite. Alguns números de mortos foram corrigidos ontem.

Em Roca Sales o número de óbitos subiu de 8 para 10, e, em Lajeado, de dois para três. Em Cruzeiro do Sul de um para dois. De acordo com o governo, a prioridade agora é concentrar esforços para atender vítimas, feridos, desabrigados e pessoas que perderam tudo e ficaram sem mantimentos, e por conta disso, pode ocorrer certa imprecisão no número de vítimas.

"A necessidade de priorização das ações de socorro pode, ocasionalmente, prejudicar a precisão de levantamentos preliminares, posteriormente revisados e consolidados", informou o governo estadual, em comunicado.

 

Estado de calamidade

Oitenta municípios estão em estado de calamidade, decretado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Até o momento, cerca de 6 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas em razão dos temporais. Foram resgatadas nos municípios afetados 2,7 mil pessoas. A Defesa Civil afirmou que precisa de voluntários para o trabalho de reconstrução das áreas afetadas. A entidade também pediu que sejam doados materiais de higiene.

A previsão do tempo é de novas chuvas fortes na noite de hoje. Amanhã, sábado (9), o céu deve ficar mais enrolado, com a queda na precipitação, ou seja, redução da quantidade de chuva. No entanto, na segunda-feira (11), estão previstos novos temporais, o que preocupa o governo do estado. O ciclone se formou a partir de um sistema de baixa pressão, que avançou pelo oceano e ganhou força, ainda na segunda-feira (4).

Conforme portaria assinada, ontem, pelo secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Wolf, foi reconhecido o estado de calamindade no estado. Com isso, os municípios atingidos podem solicitar recursos da União para atender a população.

 

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