Saúde pública

Raiva humana preocupa e, em dois anos, são sete casos

País registrou, somente este ano, dois casos da doença, contra cinco em 2022. Preocupação ganhou força depois de cão testar positivo, em São Paulo, na semana passada

Vacinação de gatos e cães ajuda a conter o avanço da raiva -  (crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Vacinação de gatos e cães ajuda a conter o avanço da raiva - (crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Renato Souza
postado em 07/09/2023 03:55

O Brasil registrou, somente até agora, dois casos de raiva humana, contra cinco em todo o ano passado. A preocupação com a doença ganhou força depois de um cão testar positivo para o vírus, em São Paulo, na semana passada. Foi a primeira infecção deste tipo verificada no estado desde 1997.

De acordo com as informações solicitadas pelo Correio ao Ministério da Saúde, nenhum dos pacientes que desenvolveu a doença sobreviveu. No entanto, a pasta afirma que o país está próximo de erradicar a raiva na população, em razão da campanha de vacinação nos estados e municípios.

Dos cinco casos confirmados no ano passado, quatro foram notificados em uma comunidade indígena no município de Bertópolis (MG), sendo dois casos de jovens entre 10 e 15 anos, e outros dois em crianças menores de 10 anos. Além disso, um caso ocorreu no Distrito Federal, de um adolescente, morador de Sobradinho.

As infecções apresentam crescimento, pois, em 2021, foi registrado apenas um caso e, em 2020, dois. No entanto, ainda estão longe dos índices das décadas anteriores. Em 1990, foram contabilizados 50 infecções. No mundo, até os dias atuais, são aproximadamente 70 mil registros, sendo que destes, cinco pessoas sobreviveram — entre elas dois brasileiros, que até hoje sofrem com graves sequelas.

Mortalidade

De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade de raiva humana no ano de 2022 foi de 0,00246/100 mil habitantes. Nenhum caso foi verificado em pessoas que fizeram uso de soro e vacina. O Brasil registra cerca de 650 mil atendimentos antirrábicos ao ano.

O governo recomenda que pessoas que tiveram algum tipo de exposição procure atendimento médico. "É muito importante orientar a população para qualquer contato com cão ou gato, morcegos ou mamíferos silvestres (cachorro do mato, saguis, etc.) que procure imediatamente o posto de saúde para avaliação quanto à necessidade de imunoprofilaxia", destaca o ministério.

Caso procure atendimento, é possível impedir o desenvolvimento da doença. O fármaco aplicado em cães e gatos protege por mais de um ano, mas a orientação é realizar a imunização anualmente. No caso dos seres humanos, a vacinação ocorre para profissionais que atuam em contato com animais (como veterinários) e pessoas que podem ter sido expostas.

 

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