Ciclone

Com 31 mortos, Rio Grande do Sul entra em estado de calamidade pública

Governador Eduardo Leite já fala que passagem de ciclone provocou a maior "tragédia natural da história". Mais de 4 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Desfiles de 7 de Setembro foram cancelados

Eduardo Leite cancela desfiles de 7 de Setembro e decreta estado de calamidade pública no RS -  (crédito: Gustavo Mansur/GRS)
Eduardo Leite cancela desfiles de 7 de Setembro e decreta estado de calamidade pública no RS - (crédito: Gustavo Mansur/GRS)
Mayara Souto
postado em 06/09/2023 15:28 / atualizado em 07/09/2023 01:03

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou, nesta quarta-feira (6/9), que decretará estado de calamidade pública por causa das fortes chuvas provocadas pela passagem de um ciclone extratropical, nesta semana. Em entrevista, Leite informou que até o início da tarde, 31 pessoas morreram e há mais de 3 mil desalojados e 1,6 mil desabrigados no estado. Ao todo, 50 mil gaúchos foram afetados pelo fenômeno extremo. Dois ministros foram a Porto Alegre para acompanhar os trabalhos de resgate, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"É a maior tragédia natural que se tem registro no Rio Grande do Sul", afirmou Leite. O ministro de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, também gaúcho, concordou com o governador e disse que nunca tinha visto um "evento climático tão violento, tão grave". 

Por causa das enchentes, o governador também decidiu cancelar todos os desfiles cívico-militares em comemoração à Independência do país, na quinta-feira (7/9). "A melhor forma de homenagear a Pátria e o cidadão brasileiro é todos trabalharem para ajudar essa sociedade que está sofrendo muito nesse momento" declarou. 

Em relação às verbas públicas, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, garantiu assistência federal. "Se o dinheiro que nós temos não for suficiente, eu e Pimenta comunicaremos o presidente Lula e pediremos mais, não faltará para ninguém", assegurou. Leite reiterou a fala do ministro e comentou que as família mais vulneráveis terão direito ao programa Volta por cima, que libera até R$ 2,5 mil para pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). 

O governador gaúcho alertou que ainda há previsão de chuva forte no estado e que enchentes, deslizamentos e desabamentos podem ser registrados. "Por maior que seja a ajuda dos governos vai ser pouco pelo tamanho do estrago que aconteceu", disse ao Correio o deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS) sobre o desastre. Em Santa Catarina, pelo menos uma pessoa morreu em decorrência dos temporais.

Ajuda da FAB

Por meio de uma nota ao Correio nesta quarta-feira (7/9), a Força Aérea Brasileira (FAB) apontou que irá auxiliar missões no Rio Grande do Sul em resgates dos atingidos pelas chuvas. Leia a nota na íntegra:

"Sob a coordenação do Ministério da Defesa, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada, na terça-feira (05/09), juntamente com a Marinha do Brasil e o Exército Brasileiro, para auxiliar no resgate dos atingidos pela enchente que assola a população da região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul (RS), em razão da passagem de um ciclone extratropical pela região Sul do Brasil.

Para ajudar na missão, a FAB colocou à disposição dois helicópteros H-60 Black Hawk, do Esquadrão Pantera, sediado em Santa Maria (RS), que atua em Lajeado. As operações tiveram início durante a tarde de ontem e se estenderam durante a noite e madrugada com a utilização de óculos de visão noturna (NVG). Até o momento, 29 pessoas foram resgatadas com segurança pela Força Aérea. Outra aeronave, um H-36 Caracal do Esquadrão Puma, sediado no Rio de Janeiro (RJ), será engajada na missão, que segue durante esta quarta-feira (06/09)".

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