Uma operação resgatou 532 trabalhadores que estavam em situação análoga à escravidão no Brasil em agosto. A operação Resgate III é a maior da história do país. Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa nesta terça-feira (5/9).
Dos 532 resgatados, 441 são homens e 91 mulheres. Também foram resgatadas 26 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. E ao menos 74 foram vítimas de tráfico de pessoas.
A operação envolveu mais de 200 inspeções em 22 estados e no Distrito Federal. Participaram integrantes de seis órgãos: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os resgates
O estado que lidera o número de resgates é Minas Gerais, com 204, seguido de Goiás, com 126 e São Paulo, com 54. Além deles, também tiveram resgates em outros 12 estados: Acre, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins. O cultivo de café, a cultura de alho e o cultivo de cebola e batata lideram as atividades econômicas com mais casos.
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No trabalho doméstico, foram resgatadas 10 pessoas, sendo sete mulheres e três homens. Uma delas, uma senhora de 90 anos, é a pessoa mais idosa já resgatada nessas situações no Brasil. O caso foi no Rio de Janeiro.
De acordo com o MPT, foram pagas aproximadamente R$ 3 milhões em verbas rescisórias e R$ 2 milhões por danos morais.
As denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser enviadas pela internet, ao site do Sistema Ipê.
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