OPERAÇÃO ULTIMATO

Tráfico usa lancha para levar cocaína e fuzis em rios da Amazônia

Megaoperação da Polícia Civil do Amazonas interceptou 1,5 tonelada de cocaína, 240kg de skunk e sete fuzis de grosso calibre. Bando estava em lancha; veja o vídeo

Lanchas com motores potentes e com adaptações capazes de suportar ações policiais. Essa é uma das formas inovadoras que uma organização criminosa do Amazonas encontrou para transportar drogas e armas entre a região da Tríplice Fronteira até Manaus. Uma megaoperação denominada Ultimato e desencadeada pela Polícia Civil do Amazonas (PCAM) interceptou uma carga de 1,5t de cocaína, 240kg de skunk e sete fuzis de grosso calibre, além da embarcação utilizada pelos criminosos (veja o vídeo abaixo).

 

A operação foi desencadeada em horário e dia estratégicos. Na noite de sexta-feira (25/8), os policiais civis do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) e Delegacia Fluvial (Deflu), foram até o Rio Solimões, na comunidade do Pupunha. O rio fica a cerca de 73km de Manaus. As investigações apontavam para uma organização criminosa especializada em transportar drogas da fronteira para Manaus e outros estados do país.

Entre sexta-feira e sábado (26/8), a informação era de que os criminosos estariam chegando na comunidade do Pupunha com um forte carregamento de drogas. O meio de transporte utilizado pelo bando foi uma lancha. “Eles usam a embarcação lancha rápida com dois motores e só navegam durante a noite. O efetivo deles é composto por, geralmente, seis ou sete pessoas, que portam armas de guerra”, afirmou o delegado e diretor do DRCO, Mário Paulo Telles.

Confronto

Os policiais usaram uma lancha blindada e se posicionaram em ponto estratégico, quando avistaram a embarcação com seis suspeitos. As equipes deram sinal de parada com sirene, giroflex e verbalmente, mas os criminosos atiraram contra os investigadores. A ação foi captada por vídeo, o qual o Correio teve acesso.

"Nenhum policial nosso foi atingido e os criminosos caíram na água. Fizemos varredura, mas não encontramos. Não sabemos se eles foram baleados, se morreram ou conseguiram fugir. O fato dessa operação ser de sexta-feira para sábado representa o que foi essa operação. É impossível enfrentar o crime organizado durante o expediente", frisou o delegado.

Foram apreendidos cerca de duas toneladas de cocaína e maconha, sete fuzis, munições, coletes balísticos e a lancha usada pelo bando. O prejuízo para o crime foi de cerca de R$ 100 milhões.