O assassinato do médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, parece estar mais perto de ser solucionado. O caso, que envolve estelionato e uma dívida de R$ 500 mil, pode ter sido finalizado com a mrote dele a mando de Bruna Nathalia de Paiva, presa desde segunda-feira (7/8) em Minas Gerais. Ela é suspeita de mandar matar o médico para se livrar da dívida de R$ 500 mil. Ambos faziam parte de uma quadrilha de estelionatários.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Erasmo Cuba, a referida teria contratado três homens — Gustavo Kenedi Teixeira, Guilherme Augusto Santana e Keven Rangel Barbosa — e oferecido R$ 50 mil para cada. O assassinato ocorreu em 26 de julho, mas o corpo de Gabriel foi encontrado somente no dia 28 na Vila Hilda, em Dourados (MS).
Os homens teriam torturado a vítima em uma casa alugada por 15 dias, um período pensado para que o corpo demorasse a ser encontrado. Enquanto o crime ocorria, a mulher estava em outra residência onde todos dormiram depois do crime. Segundo informações da polícia, o corpo foi encontrado por uma vizinha que mora ao lado da casa e sentiu o cheiro do corpo em decomposição.
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A acusada alegou à polícia que decidiu cometer o crime porque a vítima ameaçou entregar a organização criminosa se o valor da dívida não fosse repassado para ele. Logo após o crime, ela teria enganado os comparsas e não pagou a quantia combinada. Dos R$ 150 mil, pagou apenas R$ 20 mil para ser dividido entre eles. Ela também estava em posse do celular do médico para solicitar dinheiro aos amigos e família da vítima.
Bruna e Gabriel eram amigos e se conheceram quando a vítima ainda cursava medicina na Universidade Federal de Dourados (UFGD). A acusada havia convidado o então estudante de medicina para fazer parte da quadrilha que aplicava golpes com os documentos de pessoas mortas.
O esquema de estelionato
Bruna Nathalia era a “cabeça” da quadrilha e Gabriel Rossi era o “rosto”. Ele era responsável por sacar o dinheiro, depois que a mulher passava os dados necessários. Nome e fotos do médico eram colocados em documentos de pessoas que não existiam, que já haviam morrido, e assim, conseguiam sacar os benefícios de contas bancárias, além de clonar cartões e sacar o dinheiro.
"Gabriel emprestava o nome para clonagem de cartões e o rosto dele para montagem em documentos de pessoas que não existiam, que não tinham conta ou até mortas. Gabriel ia ao banco sacar o dinheiro da organização criminosa. O médico se envolveu em uma história de fraudes e golpes", declarou o delegado ao g1.
Os dois não agiam sozinhos e de acordo com a polícia, o grupo ainda está sendo investigado.