Clara MarizDois homens foram condenados por abusar sexualmente da irmã mais nova, de 14 anos, em Carbonita, na Região do Vale de Jequitinhonha. Um deles foi acusado de estupro de vulnerável e coação, enquanto o outro por importunação sexual. A mãe da vítima também foi condenada, por coação.
Conforme o processo, a vítima morava com os sete irmãos, na área urbana de Carbonita, enquanto a mãe ficava na área rural. Em 2015, quando ela tinha 9 anos, um dos acusados começou a estuprá-la. Os abusos seguiram por sete anos e só acabaram quando a genitora da adolescente voltou a morar com ela.
Além disso, depois que a garota completou 14 anos, o abusador teria passado a constrangê-la por meio de violência e ameaças.
Apesar dos abusos do primeiro irmão terem diminuído, em fevereiro de 2022, outro familiar da jovem começou a importuná-la sexualmente, com a prática de atos libidinosos. O homem ainda teria oferecido dinheiro para que a adolescente aceitasse ser sua amante.
Com medo de que os abusos se agravaram, a menina contou os fatos para uma cunhada e outro irmão, com quem foi morar. A partir da primeira denúncia, o caso foi relatado ao Conselho Tutelar e à Polícia Civil.
Falta de proteção
Além dos irmãos, a mãe da menina também foi condenada por coação. De acordo com o Ministério Público, a mulher mesmo tomando conhecimento dos crimes deixou de tomar providências para que eles fossem investigados. Além disso, a genitora teria pedido à garota que não contasse o ocorrido para ninguém.
A mulher e o filho, que estuprou a vítima por sete anos, ainda agrediram a adolescente e o outro irmão que a teria ajudado a denunciar os parentes. "Além de agredir o filho que ofereceu proteção à jovem, a mulher chegou a oferecer dinheiro e bens para que a filha ‘retirasse a queixa’."
Segundo a sentença, a palavra da adolescente e as provas levadas ao processo pelo Ministério Público não deixam dúvida sobre a responsabilidade penal dos denunciados. A Justiça negou ao condenado pelos estupros o direito de recorrer em liberdade e manteve a prisão preventiva como forma de resguardar a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal, ele deverá cumprir 54 anos e 6 meses em regime fechado.