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Pandemia ainda afeta uso de ônibus urbano; saiba a razão

Apesar de ter ficado para trás, crise sanitária afetou negativamente utilização dos coletivos nas cidades. Queda foi de 24,4%, segundo levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos

A crise no setor de transporte público continua crescendo, apesar de a pandemia da covid-19 ter ficado para trás. É o que mostra o Anuário 2022-2023, da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Os dados apontam que entre 2019 e 2022, o sistema de ônibus urbanos registrou queda de 24,4% na demanda devido, principalmente, à pandemia.

Segundo o anuário, isso significa que deixaram de ser realizados, em média, quase 8 milhões de deslocamentos de passageiros por dia no período. "Enquanto eram realizadas aproximadamente 33 milhões de viagens por passageiros pagantes por dia em todo o Brasil, em 2019, no ano passado a demanda atendida pelos ônibus urbanos brasileiros caiu para cerca de 25 milhões de viagens de passageiros pagantes por dia", aponta a publicação da NTU.

Pessimismo

O levantamento constata que "após mais de três anos desde o início da pandemia, o setor ainda não atingiu o índice de demanda registrado anteriormente, e talvez não recupere". A entidade reconhece que "uma série de setores (da economia) e serviços mantiveram arranjos e adaptações utilizados para enfrentar o cenário pandêmico. Tudo isso trouxe implicações para a dinâmica das cidades e para os hábitos da população. Algumas situações são pontuais, mas certamente outras serão definitivas, com impactos permanentes na mobilidade urbana".

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O documento elaborado pela NTU — e apresentado na abertura da 36ª edição do Seminário Nacional da NTU, ontem, em Brasília — mostra que mesmo com um aumento de 12,1% na demanda (número de passageiros transportados) e de 10,3% na produtividade (número de passageiros transportados por quilômetro rodado) em 2022, na comparação com 2021 o segmento não recuperou os patamares pré-pandemia.

"A demanda atual está muito distante do desempenho observado no início da série histórica da NTU. E o setor acumula uma queda de 30% no índice de produtividade ao longo do tempo", observou o presidente executivo da entidade, Francisco Christovam.

Ele afirma que há sinais de recuperação, "mas é preciso lembrar que a pandemia provocou uma perda acumulada de quase R$ 40 bilhões para o setor, e ainda enfrentamos as consequências negativas deixadas pela crise sanitária".

*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi

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