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8 de janeiro: perícias ajudam na identificação dos vândalos

Segundo Evandro Lorens, diretor da Fundação Justiça pela Ciência e da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, com as tecnologias disponíveis, de pouco adianta tentar apagar registros dos celulares

Lorenz foi um dos primeiros a chegar à Esplanada no pós-vandalismo -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Lorenz foi um dos primeiros a chegar à Esplanada no pós-vandalismo - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Correio Braziliense
postado em 31/08/2023 03:55

Por Isabel Dourado*

A perícia realizada nos celulares apreendidos com os vândalos bolsonaristas foi fundamental para identificar criminosos e tipificar crimes pelas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. A afirmação é de Evandro Lorens, diretor da Fundação Justiça pela Ciência e da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), que participou da entrevista de ontem do CB.Poder — programa realizado em parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

"A perícia é fundamental. O volume que a gente tem no Instituto Nacional de Criminalística de objetos para serem analisados é de celulares. Por exemplo: no 8 de janeiro, foram mais de 500 aparelhos apreendidos e ainda estão em análise", detalhou.

Lorenz explicou que, atualmente, é muito difícil alguém suspeito de crime apagar rastros deixados nos aparelhos. "Está em análise se houve troca de mensagens entre eles no momento de invadir. O celular é muito importante hoje para qualquer processo de investigação", salientou.

Segundo Lorens, em 8 de janeiro foi realizado um mapeamento em 3D para registrar e, posteriormente, analisar todas as cenas de vandalismo. Esses e outros dados vêm servindo para alicerçar de forma robusta os inquéritos realizados pela Polícia Federal (PF).

"Nesse trabalho em 3D, a gente conseguiu registrar muito rapidamente todo os danos que aconteceram, tudo que foi afetado. A gente trabalhou com drones, na coleta de vestígios biológicos e, também, nas imagens de circuito de tevê", observou.

O diretor da APCF ressaltou que o uso da inteligência artificial (IA) foi fundamental para auxiliar na identificação dos bolsonaristas e que será possível responsabilizar todos os culpados. "Usamos processamentos sofisticados para poder identificar as faces e, depois, fazer um cruzamento disso com pessoas que foram presas. O sistema é essencialmente de triagem, ele não aponta se (a pessoa) é ou não é (criminosa). Aponta que essas pessoas têm potencial", afirmou.

O perito lembra que foi um dos primeiros a chegar à Praça dos Três Poderes depois da depredação. "Fui acionado por volta das 17h. Tivemos, no primeiro momento, 60 peritos ali iniciando o trabalho, primeiro de isolamento do local para garantir que não houvesse uma contaminação ou uma perda de algum vestígio importante. Esse trabalho começou na noite de 8 e se estendeu até a manhã do dia seguinte", lembrou.

*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi

 

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