O dia 30 de agosto é o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados. Em 2022, o Brasil registrou 74.061 pessoas desaparecidas, uma média de 203 desaparecimentos diários, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Os dados são referentes a 2022 e trazem um comparativo com o ano anterior. A maioria dos estados apresentou um aumento significativo de desaparecidos em comparação a 2021.
Evandro Lorens, diretor da Fundação Justiça pela Ciência e da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (Apcf) participou, nesta quarta-feira (30/8), do programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília. Em entrevista aos jornalistas Victor Correia e Ingrid Soares, ele explicou como a perícia age e investiga os casos de desaparecimento.
"São várias frentes, mas uma das principais é a coleta de DNA para a análise da genealogia dessas pessoas. A coleta dos familiares, depois, pode ser confrontada com pessoas que estão em hospitais e perderam a memória, que são casos típicos. Mas essas pessoas não se encontram, a família está em um lugar, a pessoa em outro, e ninguém sabe. A pessoa não se lembra, então, esse é um caso típico. Mas é feita a coleta de exame e confrontado num banco de DNA onde ele vai encontrar coincidências", explica.
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O diretor da APCF falou ainda do evento Interforensics, um dos maiores encontros de ciências forenses do mundo e o maior da América Latina. Ele falou que houve um foco especial no Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados e afirmou que é um problema que deve ser enfrentado no país.
"Nós tivemos várias das palestras com foco nesse assunto. Tivemos Cruz Vermelha falando especificamente sobre o projeto de pessoas desaparecidas. Tivemos também uma palestra sobre tecnologia para o combate ao tráfico de pessoas. Não é uma comemoração, obviamente, mas é um memorial de um problema sério que temos que enfrentar, o das pessoas desaparecidas, do tráfico de pessoas, coisas que ainda são muito presentes no Brasil"
Reportagem de Isabel Dourado
*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Doria
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