A deputada estadual de Minas Gerais Lohanna França (PV) é a sétima parlamentar a denunciar ameaças de morte e de "estupro corretivo", recebidas em e-mail institucional. Em nove dias, seis parlamentares de quatro estados denunciaram ameaças de "estupro corretivo" como "cura" para o fato de, supostamente, serem gays ou defensoras da causa.
Antes de Lohanna, receberam ameaças semelhantes a deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), as estaduais Rosa Amorim (PT-PE) e Bella Gonçalves (PSol-MG) e as vereadoras do PSol Iza Lourença (MG), Mônica Benício (RJ, viúva da vereadora Marielle Franco) e Cida Falabella (MG).
Maternidade atípica
Na mensagem, o autor afirma que Lohanna "promove a degeneração e a irresponsabilidade feminina" por conta de um projeto aprovado pela deputada na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), que institui a "Semana da Maternidade Atípica" — voltada para as mães cujos filhos apresentam padrão atípico de desenvolvimento, em razão de alguma deficiência.
O autor das ameaças anuncia a Lohanna que vai "chegar de fininho em sua residência e entrar escondido, você nem saberá que eu estou lá até pular em seu pescoço e te colocar em algemas". A parlamentar prestou queixa, ontem, às polícias Legislativa e Civil, depois de receber o e-mail.
Quem faz a intimidação afirma que sabe onde Lohanna mora e que vai dar-lhe um tiro na cabeça para "estragar o velório". Também afirma que o possível assassino será "a última coisa" que a deputada verá na vida.
Lohanna comentou sobre a ameaça nas rede sociais e avisou que não se calará. "Essa é uma tentativa de silenciar as nossas vozes, porque o nosso trabalho está aqui para colocar as mulheres e as minorias nos espaços de poder para fazer discussões tão importantes para Minas Gerais, as cidades e todo o Brasil", afirmou.
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